Localizado ao lado do Horto Florestal, a apenas 20 minutos do centro da capital, o Parque da Cantareira possui uma das maiores áreas de mata tropical nativa do mundo situada dentro de uma região metropolitana. Seus 7.900 hectares, (o equivalente a 8.000 campos de futebol), são formados por remanescentes de mata atlântica (www.ambiente.sp.gov.br). O parque assegura a proteção das fontes e mananciais, que abastecem toda a região norte de São Paulo com água potável.
O Parque Estadual da Cantareira é uma unidade de conservação de proteção integral do Cinturão Verde da cidade de São Paulo, que faz parte da Reserva da Biosfera da Mata Atlântica do Estado de São Paulo. Junto com o Parque Nacional da Tijuca em Rio de Janeiro é considerado a maior floresta urbana do mundo. É, também, responsável por abrigar diversas espécies animais ameaçadas de extinção, como o bugio, o gato-do-mato, a jaguatirica, o macuco, o gavião-pomba, o jacuguaçu e o bacurau-tesoura-grande. Também possui diversas espécies vegetais, incluindo algumas ameaçadas de extinção, como a imbuia, a canela-preta e a canela-sassafrás.
A história
A área começou a ser formada há mais de cem anos, com a desapropriação de fazendas de café, chá e cana-de-açúcar que a ocupavam, para recuperar a mata, proteger mananciais e garantir o fornecimento de água de São Paulo. O nome Cantareira foi dado à serra pelos tropeiros que a atravessavam, pois aqui havia grande quantidade de nascentes e córregos. Na época, armazenava-se a água em cântaros, grandes jarros ou vasos, que, por sua vez, eram guardados em prateleiras chamadas cantareiras.
Aos poucos, a mata atlântica voltou a ocupar a área: hoje encontram-se aqui espécies como a embaúba, o pau-jacaré, a imbuia, a canela-preta, a samambaia-açu e o jacarandá-paulista. Com as árvores vieram os animais: macaco-bugio, veado-mateiro, bicho-preguiça, gato-do-mato e jaguatirica, entre outros (alguns ameaçados de extinção). No parque (no Núcleo Águas Claras) já se registrou até mesmo a presença de suçuarana (a onça-parda).
O parque possui três núcleos: o da Pedra Grande (mais procurado), o Engordador (chamado assim por causa de uma fazenda de engorda de gado da região) e o Águas Claras. Todos têm trilhas bonitas, agradáveis e bem sinalizadas. Como parque estadual, a Cantareira está voltada para o ecoturismo: são caminhos e trilhas no meio da mata que permitem que o visitante entre em contato com a natureza, conheça a mata atlântica e possa até mesmo observar alguns animais. Por isso, é importante levar sempre água e um lanche leve (o parque não tem lanchonete), além de vestir roupas confortáveis, adequadas para caminhada.
Para a recreação, o parque tem apenas um bosque para piqueniques e um pequeno playground -ambos perto da entrada do Núcleo Pedra Grande- além da área para piquenique e da brinquedoteca no Núcleo Engordador.
No Núcleo da Pedra Grande, fica uma das principais atrações: a Pedra Grande e a bela vista da cidade que ela proporciona. Para chegar lá, enfrenta-se um caminho pavimentado de mais de 4,5 km (ida), boa parte dele em subida. A alternativa menos cansativa é entrar pelo Núcleo Águas Claras e pegar a trilha da Suçuarana.
Durante a semana e aos sábados o parque oferece o serviço Circuito Integrado de Educação Ambiental, voltado primordialmente para quem tem alguma limitação física que impeça enfrentar as trilhas -mas que também pode ser usado por outros, quando há vagas. Uma van percorre o Horto Florestal e o Parque da Cantareira (ter-sáb, agendar).
Núcleo da Pedra Grande
R. do Horto, 1.799, Tremembé. Z. Norte. (11) 6232-5049. sáb, dom e feriados 8h30-17h (menos dias de chuva). (exceto crianças até 10 anos e maiores de 60) (playground). É proibido bolas, churrasqueira, instrumentos ou aparelhos sonoros, pipas e animais domésticos. Circuito Integrado Horto Cantareira.
A partir da portaria do núcleo, você pode escolher três trilhas distintas. A mais suave é a Trilha da Bica (1,5 km, 1 h, circular), que leva a uma fonte d’água, freqüentada por pássaros e quatis. Outra possibilidade é a Trilha das Figueiras (2 km, nível médio, variando entre suave e íngreme, 1 h 30, circular), repleta de grandes figueiras que deram nome à trilha. Olhe com cuidado e você pode avistar macacos bugios se alimentando dos frutos.
A mais extensa das três é a Trilha da Pedra Grande (9,5 km, nível médio, pela extensão e pela subida, 3 h ida e volta). A Pedra Grande, um grande afloramento rochoso de granito, fica a 1.010 m de altitude. Dela o visitante tem uma vista única da cidade de São Paulo e, em dias bem claros, é possível avistar até trechos da serra do Mar. Ao lado fica um pequeno museu, com animais empalhados, diferentes tipos de rocha e uma maquete do parque. Esta trilha dá acesso ainda ao Lago das Carpas, uma área tranqüila e agradável, em que se podem fazer exercícios ou apenas relaxar (aqui há banheiros e uma bica de água). Ao longo das trilhas do núcleo há placas identificando árvores típicas da vegetação de mata atlântica.
Núcleo Engordador
Av. Cel. Sezefredo Fagundes, 19.100, Cachoeira (acesso pela rod. Fernão Dias). Z. Norte. (11) 6995-3254. sáb, dom e feriados 8h30-17h (exceto dias de chuva). (exceto crianças até 10 anos e maiores de 60). (brinquedoteca). É proibido bolas, churrasqueira, instrumentos ou aparelhos sonoros, pipas e animais domésticos.
Este núcleo possui duas trilhas para caminhada e uma para mountain bike. Todas oferecem a oportunidade de contato com a mata atlântica.
A Trilha da Cachoeira (3 km, nível médio, 2 h, circular) passa por três quedas-d’água em que se pode tomar banho, cruza o rio Engordador e, na parte mais alta, chega ao antigo tanque de captação de água da Sabesp, de 1898. A Trilha do Macuco é bem menor (640 m, nível fácil, 40 min, circular) e acompanha o riacho, permitindo que se observe a mata ciliar.
A Trilha de Mountain Bike tem 4 km (ida e volta) e pode ser usada somente por ciclistas. No caminho, com alguns trechos íngremes, é possível observar torres da hidrelétrica de Furnas. No núcleo, pode-se ainda visitar a histórica Casa da Bomba, de 1894, há áreas para piquenique e uma ducha para banho.
Núcleo Águas Claras
Av. José Ermírio de Moraes, 96 (divisa São Paulo/Mairiporã). Z. Norte. (11) 4485-1079. sáb, dom e feriados 8h30-17h (menos dias de chuva). (exceto crianças até 10 anos e maiores de 60). É proibido bolas, churrasqueira, instrumentos ou aparelhos sonoros, pipas e animais domésticos.
O nome deste núcleo vem do ribeirão das Águas Claras, ao qual se tem acesso pela Trilha das Águas (1 km, nível fácil). Perto, fica a Trilha da Samambaia-açu (1,4 km, nível médio, 1 h, circular): uma linda alameda de grandes samambaias (típicas de mata atlântica), que podem chegar a 2,5 m de altura. Nesta área há também pinheiros, fruto das primeiras tentativas de reflorestamento.
A principal trilha do núcleo é a Trilha da Suçuarana, da qual saem as duas citadas acima. Com cerca de 1,9 km de extensão e nível médio (2 h, ida e volta), liga o Águas Claras à Pedra Grande e ao Lago das Carpas, sendo ladeada por árvores de até 30 m de altura. A trilha recebeu esse nome porque aqui foram encontrados rastros da suçuarana (também chamada onça-parda ou puma). Mas não há risco de você dar de cara com ela, pois esses animais têm hábitos noturnos.
Fonte: Folha Fuja no Fim de Semana