Insônia é a dificuldade em iniciar ou manter o sono. Acompanha-se da sensação de sono não reparador notada na manhã seguinte. Como conseqüência, no dia seguinte apresenta fadiga, irritabilidade, cansaço, falta de energia, dificuldade de concentração e agressividade.
A duração da insônia varia, podendo ser desde a insônia de poucos dias de duração; até a insônia de longa duração por meses ou anos (insônia biruticea).
- Insônias transitórias – As insônias transitórias são as que duram poucas noites, são muito comuns, ubíquas. A maior parte das pessoas apresenta esta insônia em algum período de tensão, estresse, expectativa ou excitação.
- Insônias de curta duração – As insônias de curta duração são as que duram de poucos dias até três semanas. Geralmente são causados por estresse grave ou persistente como preocupações com a saúde própria ou de familiares; luto ou perda substancial; problemas familiares, profissionais ou de relacionamento. A relação entre o estresse e a insônia é nítida.
- Insônias de longa duração – As insônias de longa duração ou crônicas são as que duram mais de três semanas. Podem ser relacionadas a estresse continuado, depressão, abuso de álcool ou drogas e hábitos inadequados para dormir, como o excesso de café (cafeína).
O que causa a insônia?
- Certas condições parecem tornar indivíduos mais susceptíveis à insônia. Exemplos destas condições incluem:
- Idade avançada (insônia ocorre mais freqüentemente depois dos 60 anos).
- Sexo feminino.
- Histórico de depressão
- Caso outras condições (como estresse, ansiedade, problema médico ou uso de alguns medicamentos) ocorram junto com as listadas acima, há maior probabilidade de insônia.
Há varias causas de insônia, sendo que a transiente e intermitente geralmente ocorrem em pessoas que estão temporariamente vivenciando uma ou mais das situações abaixo:
- Estresse.
- Ambiente barulhento.
- Mudanças no ambiente ao redor.
- Problemas no horário de dormir/acordar como aqueles decorrentes de “jet lag”.
Efeitos colaterais de medicamentos
Insônia crônica é mais complexa e geralmente resulta de uma combinação de fatores, incluindo os decorrentes de desordens físicas ou mentais. Uma das causas mais comuns de insônia crônica é a depressão. Outras causas incluem artrite, doença nos rins, problema no coração, asma, apnéia, narcolepsia, síndrome das pernas inquietas, mal de Parkinson e hipertiroidismo. Porém, insônia crônica pode ser devida a fatores de estilo de vida, incluindo o mal uso de cafeína, álcool e outras substâncias; estresse crônico; e ciclos quebrados de sono/despertar como por exemplo em consequência de trabalho noturno ou em turnos.
Alguns comportamentos podem perpetuar a insônia em algumas pessoa, tais como:
- Expectativa e preocupação de ter dificuldade para dormir.
- Ingestão de quantidade excessiva de cafeína.
- Beber álcool antes do horário de dormir.
- Fumar cigarro antes do horário de dormir.
- Soneca excessiva de manhã ou de tarde.
- Horários de dormir/acordar irregulares ou continuamente alterados.
Esses comportamentos podem prolongar a insônia existente ou ser responsáveis pelo seu aparecimento. Interromper esses comportamentos pode eliminar a insônia.
Quem sofre de insônia?
Insônia ocorre em 20% dos adultos, homens e mulheres de todas as idades, porém parece ser mais comum no sexo feminino (especialmente depois da menopausa) e em idosos. É mais relatada em mulheres de meia idade e nos idosos.A capacidade de dormir, e não a necessidade de sono, parece diminuir com a idade.
A insônia ocorre mais em populações urbanas do que rurais. Estudos populacionais de adultos no Brasil revelaram a insônia em 32% da população de São José do Rio Preto, no estado de São Paulo, uma cidade de porte médio; avaliação semelhante em zona rural revelou insônia em 16,8%, no Município de Jaraguari, Estado do Mato Grosso do Sul.
Como a insônia é diagnosticada?
Pacientes com insônia são avaliados com a ajuda dos históricos médico e de sono. O histórico de sono pode ser obtido com um diário preenchido pelo paciente ou por entrevista com o parceiro de cama com relação à sua quantidade e qualidade de sono. Investigações especializadas do sono pode ser recomendadas, porém somente se houver suspeita de que o paciente possa ter desordens de sono primárias como narcolepsia ou apnéia do sono.
Como é o tratamento de insônia?
Insônia transiente e intermitente podem não requerer tratamento, uma vez que os episódios duram apenas alguns dias. Por exemplo, se a insônia for decorrente de mudanças de horários como conseqüência de “jet lag”, o relógio biológico da pessoa geralmente voltará ao normal por si mesmo. Porém, para algumas pessoas que vivenciam sonolência durante o dia e têm performance afetada como resultado de insônia transiente, a utilização de comprimidos para dormir de curta ação pode melhorar o sono e atenção no dia seguinte. Como todos os medicamentos, há efeitos colaterais potenciais. O uso de remédios para insônia sem prescrição médica não é recomendado.
Tratamento para insônia crônica consiste de:
- Primeiro, diagnosticar e tratar problemas médicos ou psicológicos que possam estar ocasionando a insônia.
- Identificar comportamentos que podem piorar a insônia e interrompê-los ou reduzi-los.
Possível uso de remédios para dormir, embora a utilização a longo prazo seja controversa. Um paciente usando qualquer remédio para dormir deve estar sob a supervisão de um médico que avaliará de perto a eficiência e minimizará os efeitos colaterais. Em geral, esses medicamentos são prescritos na dose mínima e no menor período de tempo necessário para aliviar os sintomas relacionados à falta de sono. Para alguns desses remédios, a dose deve ser gradualmente diminuída, uma vez que uma parada abrupta poderia ocasionar a volta da insônia por uma noite ou duas.
Experimentar técnicas comportamentais para melhorar o sono, como terapia de relaxamento, terapia de restrição de sono e recondicionamento.
Terapia de relaxamento. Há técnicas específicas e efetivas que podem reduzir ou eliminar a tensão corporal e ansiedade. Como resultado, a mente da pessoa é capaz de ficar quieta, os músculos podem relaxar e pode ocorrer o sono repousante. Geralmente é preciso muita prática para aprender essas técnicas e alcançar a relaxação efetiva.
Restrição de sono. Algumas pessoas sofrendo de insônia gastam muito tempo na cama tentando sem sucesso dormir. Essas pessoas podem se beneficiar de um programa de restrição de sono que primeiramente permite apenas algumas horas de sono durante a noite. Gradualmente o tempo é aumentado até que seja alcançada um noite normal de sono.
Recondicionamento. Outro tratamento que pode ajudar algumas pessoas com insônia é recondicioná-las para associar a cama e o horário de dormir com o sono. Para a maioria das pessoas, isso significa não usar sua cama para nenhuma outra atividade além de sexo e dormir. Como parte do processo de recondicionamento, a pessoa é geralmente aconselhada para ir para a cama somente quando estiver com sono. Se não for capaz de dormir, a pessoa é orientada a levantar e só voltar para a cama quando estiver com sono. A pessoa também deve evitar sonecas. Eventualmente, o corpo será condicionado a associar a cama e horário de dormir com o sono.
Hábitos que fazem a diferença
Alguns hábitos do dia-a-dia podem contribuir para aliviar a insônia e aumentar a qualidade de seu descanso. Médicos e especialistas que participaram desta reportagem ensinam como fazer a chamada higiene do sono.
- Pior que não ter hora para dormir é não ter hora para acordar. Experimente sair da cama todas as manhãs no mesmo horário – às 7 horas, por exemplo. À noite, o sono chegará bem
mais cedo, com certeza.
- Banho morno, antes de ir para a cama, favorece o relaxamento físico e mental.
- Depois das 6 da tarde, evite comidas pesadas, álcool e bebidas estimulantes (café, chá preto, chá mate, refrigerante). Eles dificultam a chegada e a qualidade do sono.
- A temperatura ambiente ideal para dormir bem é entre 22 e 24º C. Frio se resolve com cobertor, mas, se é o calor que rouba seu sono, vale a pena investir em um ventilador ou ar-condicionado.
- Prepare o clima para a chegada do sono: a partir das 8 horas da noite, ligue a câmera lenta e evite atividades estimulantes, como trabalhar, fazer ginástica intensa ou assistir filmes de ação. O sexo é uma boa prática – apesar de excitante, ajuda a relaxar.
- Por outro lado, a atividade física durante o dia, como correr ou caminhar, aquieta a mente e cansa o corpo, facilitando o sono noturno.
- Se você não consegue parar de pensar nos compromissos do dia seguinte mesmo quando vai para a cama, deixe papel e caneta no criado-mudo e anote o que vier à mente. Sem o receio de esquecer algo importante, você desliga a cabeça.
Respeite o primeiro sinal de sono e vá para cama, mesmo que seja cedo. Se você resistir, ele custará a voltar…
- Nada de luzes fortes acesas pela casa depois das 9 ou 10 da noite. É que a melatonina, um neuro-hormônio indutor do sono, só começa a ser produzido quando escurece – e luzes fortes podem confundir esse processo biológico.
- O óleo essencial de lavanda é calmante e relaxante. Misture cinco gotas com água, coloque em um vidro spray e borrife pelo quarto. Pode-se também pingar uma gotinha no próprio travesseiro.
- Ler ou ver TV na cama pode chamar ou espantar o sono, conforme a pessoa. De qualquer forma, prefira leituras e programas de TV amenos, cujo tema não fique dando voltas em seu inconsciente enquanto você dorme, prejudicando a qualidade do sono.
- A medicina indiana recomenda: leite morno polvilhado com noz-moscada e pó de cardamomo (semente aromática), tomado em pequenos goles antes de ir para a cama, é relaxante.
- Música suave é sempre bem-vinda para relaxar a mente. Sons da natureza, como chuva, canto de pássaros e ondas do mar, são recomendados.
- Lutar contra a insônia não compensa. Se o sono não vem, é melhor sair da cama e fazer algo relaxante (tomar chá ou banho, ler, organizar a agenda), até que ele surja.
Fonte: Copacabana Runners e Bons Fluidos