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Em menos de uma semana, os admiradores do espaço sideral terão uma oportunidade única: observar a passagem do planeta Vênus pelo Sol. O fenômeno ocorrerá no próximo dia 5 em praticamente toda a Terra, segundo a agência espacial dos Estados Unidos, a Nasa. De acordo com os especialistas, os trânsitos de Vênus são raros e ocorrem aproximadamente a cada século. A previsão é que o fenômeno não se repita até 2117.
O fenômeno começará por volta das 15h na região do Pacífico (16h em Brasília). A Nasa informou que a passagem de Vênus pelo Sol poderá ser observada em alguns países a olho nú, como o Chile, por exemplo. Os especialistas recomendam que o fenômeno não deve ser observado diretamente (sem proteção), pois a luz é intensa.
A orientação, segundo os técnicos, é usar um tipo de proteção. Os que tiverem oportunidade podem procurar os clubes de astronomia que dispõem de telescópios solares, específicos para a observação de fenômenos como o que ocorrerá no dia 5. De acordo com especialistas, a imagem é do Sol em vermelho dominado por Vênus.
Pelos dados da Nasa, os primeiros trânsitos de Vênus foram identificados no século 18. O astrônomo Edmund Halley observou os movimentos de Vênus ao analisar o Sol e a Terra. Em 1760, o navegador e cartógrafo inglês James Cook foi enviado pelas autoridades da época para observar os trânsitos de Vênus do Taiti.
Fonte: Agência Brasil

transito%20spUm levantamento da ONG Movimento Nossa São Paulo, feito em parceria com o Ibope, que entrevistou 805 pessoas entre os dias 28 de agosto e 1º de setembro, mostrou que a população de São Paulo está totalmente insatisfeita com o trânsito. Para 47% dos entrevistados, o trânsito é considerado “péssimo” e 44% é favorável ao rodízio de dois dias na cidade. A pesquisa apurou que se gasta 2h43 no trânsito, o que representa quase 14 horas na semana, 56 no mês e 672 horas no ano (o equivalente a 28 dias).

Se comparados os dados de 2008 e 2009, verifica-se que passou de 37% para 50%, o total de entrevistados que afirmam possuir um ou mais veículos em casa. Dos que possuem carro, 37% fizeram a compra nos últimos 12 meses. A aquisição dos carros, contudo, não alterou a disposição de deixar o carro e usar o transporte público.

transito-sao-paulo-1Quarenta e três por cento afirma que se houvesse uma boa alternativa de transporte “com certeza” deixaria de usar o carro e aumentou de 24% para 35% os que “provavelmente deixariam”.

Dos entrevistados, 67% do total afirma que os investimentos para melhorar a circulação na cidade deveriam priorizar o transporte coletivo, com ampliação e modernização das linhas de metrô, trem e ônibus.

No último ano, o número de usuários do transporte público aumentou, e o tempo de espera nos pontos ou terminais e a lotação nos ônibus em São Paulo pioraram no último ano, segundo a pesquisa.

Fonte: Agência Estado

desafioHelicóptero, carro, moto, ônibus, bicicleta ou simplesmente andar. Quem leva a melhor no trânsito de São Paulo? Avaliar a praticidade e velocidade dos diferentes meios de transporte esse foi o objetivo do Desafio Intermodal em São Paulo, que aconteceu no último dia 17 a partir das 18 horas.

O ciclista Ricardo Bruns foi o primeiro a completar o trajeto da Praça Marechal Gentil Falcão (Brooklin) a Prefeitura, no centro da cidade, em apenas 22 minutos e 33 segundos. Pelo segundo ano consecutivo a bicicleta vence a competição, que marca o início das atividades do “Dia Mundial Sem Carro” (22 de setembro).

Em segundo lugar chegou um motociclista, e, posteriormente, um bike courrier (ciclista de entregas rápidas), um helicóptero (o que afetou o seu desempenho foi o deslocamento até o heliponto e a espera de liberação do tráfego), um ciclista experiente, um “ciclista iniciante por vias alternativas” e um motoboy. Um homem correndo chegou quase quinze minutos antes do carro, que demorou 1h22m.

A competição visa mostrar que há infinitas alternativas ao transporte motorizado particular e também avaliar o desempenho do transporte público ano a ano. Além de verificar os custos e a poluição emitida por cada um.

As regras
O tempo computado é o do deslocamento completo da pessoa, incluindo o período de deslocamento até o modal até o de estacionar o veículo. Como o ciclista desmontado se equipara a um pedestre, o único veículo que não será necessário estacionar é a bicicleta.

No deslocamento foram respeitadas todas as regras de trânsito. Os pedestres tem que atravessar na faixa, a não ser que ela esteja a mais de 50 metros. Nesse caso, ele pode atravessar no local que considerar mais seguro.

tabela 

Fonte CicloBR

O Brasil tem um triste recorde mundial: é o quinto maior em número de mortes no trânsito. Organização Mundial da Saúde (OMS), que apresenta esta semana o maior estudo sobre o assunto, alerta  que só em 2007  dos 178 países analisados, aconteceram 35,1 mil mortes causadas por desastres com automóveis no Brasil. Os números só são inferiores a Índia, onde ocorreram 105,7 mil, China (96,6 mil), Estados Unidos (42,6 mil) e Rússia (35,9 mil).

De acordo com dados do Ministério da Saúde, a violência no trânsito no Brasil é a segunda maior causa das mortes entre jovens, só perdendo para os homicídios. 

As mortes, de acordo com pesquisa, se concentraram em homens adultos jovens (com idade entre 20 e 59 anos), residentes em municípios de pequeno porte populacional. No caso de atropelamentos, o risco de morte é maior entre os idosos; para ocupantes de veículos, o risco é maior para o grupo de 20 a 59 anos. Entre os motociclistas, o risco concentra-se na faixa de 20 a 29 anos e o número de mortes de motociclistas aumentou cerca de 20 vezes em 16 anos. Em 1990, haviam sido contabilizados 300 mortes provocadas por acidentes de moto. Em 2006, o número saltou para quase 7 mil.

Atualmente, os acidentes nas estradas são a décima maior causa de mortes no mundo. Segundo a OMS informa que esses desastres matam 1,2 milhão de pessoas por ano. Quase metade das vítimas não estava de carro – foram 584 mil pedestres e ciclistas mortos em acidentes, representando 46% do total das mortes. No Sudeste Asiático, esse índice é ainda mais alarmante: 80% das mortes no trânsito envolveram pessoas que sequer têm carro.

Os dados também indicam que, nos países ricos, a taxa de mortes está estável. Mas, nos países em desenvolvimento contua crescendo, o que preocupa os especialistas no assunto. Segundo eles, a melhoria da renda provoca o crescimento do número de veículos no trânsito, o que não quer dizer necessariamente o aumento os dispositivos de segurança.

A OMS verificou também que apenas 15% dos 178 países avaliados têm uma legislação completa em relação ao trânsito, incluindo limites alcoólicos, limites de velocidade dentro de cidades e obrigatoriedade no uso de capacetes. Mas, mesmo nos países onde existem as leis, o cumprimento é falho.  No ritmo em que está, a OMS, prevê que se for mantido os números dos últimos 10 anos, haverá 2,4 milhões de mortes em 2030, o dobro do índice atual.

Números

Mortes envolvendo automóveis —-> 1,2 milhão de pessoas ao ano

Previsão de mortes em 2030 ——–> 2,4 milhões de mortes

Fonte: O Estado de S. Paulo e Correio Braziliense

:: Por Thomaz Favaro ::

Os motoristas que circulam nas grandes cidades brasileiras costumam se colocar na posição de sentinela prestes a enfrentar o inimigo. Qualquer comportamento considerado inadequado de outro motorista é motivo para o sangue subir à cabeça – e para o destempero que se traduz em buzinadas impacientes, “fechadas”, palavras e gestos ofensivos. Muitas vezes o motorista considera intolerável uma pequena infração que ele próprio costuma cometer. Eu posso, mas os outros não podem, é o argumento – quase sempre inconsciente – nesses casos. Por trás da selva em que se transformou o trânsito repousa uma questão intrigante. A maioria dos motoristas só se comporta de forma agressiva quando está no carro. Fora dele, são pessoas de temperamento moderado. Por que, então, perdem a compostura e se tornam feras ao volante? As explicações mais comuns para essa mudança de atitude dizem respeito à irritação causada por congestionamentos cada vez mais frequentes, à pressa e ao stress da vida moderna. Esses componentes certamente fazem parte da fúria motorizada, mas não são suficientes para justificá-la. Segundo os estudiosos do comportamento humano, há outras forças que contribuem para a agressividade no trânsito.

As normas de civilidade são mais frouxas no trânsito porque, dentro do carro, quem está ao volante se torna anônimo e tem a sensação de que jamais vai cruzar novamente com os motoristas que encontra nas ruas. Sob o anonimato, certas noções que formam a base da convivência humana se enfraquecem. O contato com olhos nos olhos, fator que sabidamente aumenta a chance de cooperação entre as pessoas, é inexistente. Como resultado, atitudes intoleráveis na maioria das interações sociais, como a agressão verbal e o revide a ela, são praticadas com maior liberdade. Para explicar esse comportamento, o psicólogo canadense David Wiesenthal, da Universidade York, em Toronto, faz uma analogia com a sala de aula de uma escola infantil. Quando a professora apaga a luz para passar um filme, os alunos começam a fazer mais barulho, pois sabem que será difícil identificá-los no escuro. “O anonimato protege os motoristas das consequências negativas de suas infrações”, disse Wiesenthal a VEJA.

A agressividade no trânsito é um fenômeno mundial. Uma pesquisa realizada pelo instituto Gallup em 2003 com 13 673 voluntários em 23 países – o Brasil não está entre eles – apontou um aumento do comportamento agressivo em relação ao fim da década de 90. Em apenas quatro anos, os austríacos, por exemplo, relatavam 13% mais irritação com outros motoristas e 12% mais casos em que se sentiram vítimas da agressividade alheia. Cada país tem seu estilo próprio de violência ao volante. Os americanos, os que mais admitem ser agressivos ao volante, fazem pressão colando na traseira – assim como os japoneses. Os australianos fazem gestos obscenos e os argentinos gritam alguns palavrões. Em geral, os motoristas se irritam com as falhas dos outros e consideram a si próprios melhores que a média. Um estudo realizado pela Universidade de São Paulo com 500 motoristas paulistas, em 2003, mostrou que, entre os que já haviam se envolvido em acidentes, 23% enxergavam a si mesmos como condutores habilidosos, que não contribuem para o caos no trânsito.

O psicólogo americano Dwight Hennessy, da Buffalo State College, nos Estados Unidos, avalia que um dos estímulos mais fortes à agressividade dos motoristas é a certeza de impunidade, já que é relativamente seguro comportar-se mal no trânsito. Disse ele a VEJA: “Embora o trânsito seja regido por um estrito código de regras, as punições são raras quando se considera a enorme quantidade de infrações cometidas. Muitos motoristas procuram fazer justiça com as próprias mãos”. A psicóloga Cláudia Aline Monteiro, da Universidade da Amazônia, autora do estudo “Agressividade, raiva e comportamento de motorista”, de 2006, observa que, nas grandes cidades brasileiras, “o motorista não se sente reprovado em seu círculo social por dirigir de forma agressiva nem é reprimido severamente quando burla as regras”. No Brasil, não há estatísticas sobre agressões no trânsito nem punições específicas para elas.

Dois livros lançados nos Estados Unidos nos últimos anos procuram explicar os motivos da fúria no trânsito nas grandes cidades e suas consequências para a população. O psicólogo americano Leon James, professor da Universidade do Havaí, é autor do livro Road Rage and Aggressive Driving (Fúria no Trânsito e Direção Agressiva). Ele avalia que a raiva dos motoristas não é produto de desequilíbrio individual. Pelo contrário, tornou-se um hábito social nos grandes centros urbanos. Um hábito que provoca perdas para todos os envolvidos, ocasionando mais stress e atritos e aumentando os riscos de acidente. Para dimensionar os prejuízos causados pela direção agressiva, o americano Tom Vanderbilt, autor do livro Por que Dirigimos Assim, já traduzido no Brasil, evoca a Teoria dos Jogos, criada na década de 40 pelo matemático John von Neumann e pelo economista Oskar Morgenstern. A teoria com frequência é usada no terreno das ciências sociais para explicar situações estratégicas que envolvem duas ou mais pessoas. De acordo com ela, as escolhas que fazemos no ambiente coletivo não levam diretamente ao sucesso ou ao fracasso individual. A combinação das decisões tomadas por todos os envolvidos é que determina o resultado final. No trânsito, isso equivale a dizer que as atitudes individualistas e agressivas não produzem benefício algum. Apenas eternizam a cultura dos raivosos do volante.

Fonte: Veja