Pela primeira vez na história da humanidade, cientistas conseguiram produzir uma forma de vida “sintética” em laboratório. A pesquisa deverá entrar para a história como um dos maiores (e mais polêmicos) feitos científicos da biologia moderna.
O cientista americano Craig Venter, que ajudou sequenciar o genoma humano, dez anos atrás, pegou o genoma sequenciado de uma bactéria, fez uma cópia “sintética”, transplantou essa cópia para o “corpo” de uma célula inerte (sem DNA), e essa célula passou a ser viva, funcionando e multiplicando-se como se fosse a bactéria original. “É a primeira espécie autorreplicante no planeta cujo pai é um programa de computador”, definiu Venter.
A operação que custou US$ 40 milhões e levou 15 anos para dar certo.O resultado final, apresentado na Revista Science, é uma linhagem de milhões de bactérias reproduzidas de uma única célula que recebeu o genoma sintético. As bactérias da linhagem sintética, batizada de M. mycoides JCVI-syn1.0, funcionam e se reproduzem normalmente, como qualquer bactéria na natureza.