Posts com Tag ‘remédios falsos’

A possibilidade de comprar um medicamento falso no Brasil é mais real do que se imagina, mesmo porque este é um dos países que mais consomem medicamentos. A pirataria de remédios está entre os negócios mais lucrativos da atualidade. De acordo com a Anvisa (Agência Nacional de Vigilância Sanitária), 20% dos remédios vendidos em terrritório nacional são enquadrados como pirateados, contrabandeados ou sem registro no órgão responsável, ou seja 2 em cada 10 remédios são ilegais.

Um levantamento feito pelo Instituto Etco – entidade empresarial que combate a sonegação fiscal – revela que 30% do mercado é composto por drogas irregulares e estima que a máfia dos medicamentos falsos movimenta anualmente até US$ 4 bilhões. Só nos quatro primeiros meses deste ano, a Anvisa apreendeu 170 toneladas de medicamentos fora da lei, o que representa oito vezes e meia o total de apreensões realizadas ao longo de 2008, em torno de 20,5 toneladas. 

Esses números alarmantes se explicam pelo fato dos preços em camelôs, feiras ou pela internet serem mais baixos e por poderem ser comercializados sem receita médica. Segundo a Anvisa, os medicamentos mais pirateados são os indicados para tratamento da disfunção erétil (Cialis, Viagra e Pramil), os que auxiliam no emagrecimento (Sibutramina) e alguns usados como anabolizantes (Hemogenin, Durateston e Deca Durabolin).

Além de enganar pessoas doentes, a pirataria de remédios causa sérios prejuízos à saúde, independentemente de terem sido falsificados, contrabandeados ou de não portarem registro de comercialização. Os falsificados, por exemplo, não contêm a substância ativa do original. Em seu lugar é colocado algo inócuo, como uma farinha qualquer, ou uma substância que pode fazer mal por sua toxicidade. Nos dois casos, a doença continuará agredindo e destruindo o organismo e na segunda situação, o composto pode atacar e ser nocivo ao corpo.

Normalmente, os produtos ilegais vêm do Paraguai. Outros fornecedores de peso são Bolívia, Argentina e também China. Chegam e  são descarregados no Mato Grosso e, de lá, vão para grandes metrópoles brasileiras e chegam ao consumidor oferecidos em bancas de camelô, sites da internet ou em farmácias, de periferia, que são menos fiscalizadas.

O Brasil não é o único
O problema de falsificação de remédios não é exclusivo só do Brasil. É um fenômeno mundial. Os produtos farmacêuticos falsificados estão estruturados como organizações criminosas, a lucratividade e a enorme carga tributária influencia o aumento desse mercado negro. Os falsificadores tornaram-se extremamente sofisticados: copiam embalagens, hologramas, logótipos de empresas e códigos de barras, de tal forma que nem mesmo os órgãos de segurança e as próprias empresas farmacêuticas conseguem identificar as falsificações

Um relatório divulgado pela Junta Internacional de Fiscalização de Entorpecentes (Jife), órgão independente que trabalha para o Escritório contra Drogas e o Crime, da ONU, e é baseada em dados da Organização Mundial da Saúde (OMS) mostra que entre 25% a 50% dos medicamentos que circulam nos países em desenvolvimento são falsos ou ilegais. O problema também afeta Europa e Estados Unidos.

Os países mais afetados, em ordem decrescente, são: Brasil, Argentina, Coréia do Sul, Estados Unidos e Cingapura. O Chile, a Dinamarca e a França têm “diminuído consideravelmente” o consumo dessas sustâncias devido a um controle mais restrito e rígido. O percentual de falsificação no mundo é o seguinte: 5% nos Estados Unidos, de 4 a 5% na Europa, 30% no Leste Europeu e 37% na Africa.

O presidente da Jipe, Philip O. Emato, alerta “os consumidores precisam estar muito atentos, principalmente nos países em desenvolvimento, e os governos necessitam tomar providências para diminuir esse número alarmante”.

Proteja-se
Mesmo para especialistas, é difícil distinguir falsificações nocivas à saúde de medicamentos verdadeiros, mas as sugestões que se seguem podem ajudá-lo a salvar-se.

Compre só medicamentos em farmácias e distribuidoras registadas e tenha cuidado com as ofertas da Internet. Não compre a vendedores ambulantes nem em feiras.

  1. Desconfie de medicamentos com grandes descontos.
  2. Peça sempre um recibo.
  3. Verifique se a embalagem se encontra devidamente selada.
  4. Assegure-se de que a embalagem refere o número do lote, a data de fabrico e de validade e o nome do fabricante.
  5. Verifique se os nomes do medicamento e do fabricante estão bem escritos.
  6. Contacte um médico ou profissional de saúde se do uso do medicamento não resultarem melhoras.

Fonte: Isto É e Saúde on Line