Há pelo menos uma década, os crimes de abusos sexuais dos padres católicos são denunciados no mundo inteiro. Nos últimos dias as manchetes foram inundadas com escândalos sobre pedofilia na Igreja. As denúncias chegam da Irlanda, Holanda, Itália, Áustria, Estados Unidos, França, Nova Zelândia, Canadá …
A principal estratégia da Igreja, até então, era manter as denúncias circunscritas ao local onde acontecem e de alegar que as denúncias são uma tentativa de atingir politicamente a imagem da religião e assim prejudicar a Igreja. Mas, as ações efetivas de coibir e punir os culpados foram apenas de transferir os padres sob suspeita de pedofilia para outras paróquias e estes retornaram tranquilamente ao seu trabalho pastoral. A Santa Fé nega que tenha acobertado os casos, mas até mesmo o papa Bento 16 foi envolvido nas brumas dos escândalos por negligência e pela denúncia do envolvimento de seu irmão. Por outro lado, a indústria da indenização tem gerado ações de valores astronômico, que podem representar um rombo nas finanças do Vaticano.
Recentemente, foram reveladas pela Agência Associated Press, correspondências do Vaticano que mostram que a igreja esperou mais de uma década para remover um sacerdote pedófilo de sua paróquia, mesmo depois do bispo do Estado do Arizona (EUA), Manuel Moreno, ter implorado ao futuro papa Bento 16, então comandante da Congregação para a Doutrina da Fé, para que tomasse uma decisão. O então cardeal Joseph Ratzinger disse ao bispo, em 1992, que estava assumindo o caso. Cinco anos mais tarde, Moreno escreveu outra carta pedido urgência, mas o sacerdote só foi removido de suas funções em 2004.
Informes sobre pedofilia na Igreja Irlandesa, concluídos em maio e em novembro de 2009, revelaram que ao menos 15 mil crianças e adolescentes foram vítimas de abusos físicos e sexuais ao longo dos últimos 60 anos em escolas e instituições correcionais católicas. Os relatórios não foram capazes de provocar no papa a reação imediata como a que aconteceu agora, quando surgiram as acusações de pedofilia na Alemanha e que o nome de seu irmão, o monsenhor aposentado Georg Ratzinger, foi citado.
Embora, o Vaticano tenha se esforçado em desvincular o nome do papa de todo esse lamaçal de denúncias, a ministra da Justiça da Alemanha, Sabine Leutheusser-Schnarreberger, engrossou o coro ao acusar Bento XVI de ser um dos responsáveis pelo “muro de silêncio” construído em torno da pedofilia. Ela citou um documento secreto que obriga sob pena de excomunhão todos os envolvidos nos processos de abuso sexual a manter sigilo absoluto.
Conclusões
Embora seja triste e vergonhoso admitir: há sacerdotes pedófilos na Igreja. Mas, também há pastores evangélicos pedófilos, pais de família pedófilos, professores pedófilos, juízes pedófilos, médicos, psicólogos, militares e jornalistas pedófilos…
As denúncias hoje são devido a extensão e gravidade que o assunto assumiu, além é claro das pessoas terem perdido o medo de denunciar e terem os veículos de comunicação ávidos por escândalos.
A Igreja, por ser composta por homens e estes serem passíveis a erros, tem em sua história momentos pecadores que seriam melhor serem esquecidos pelo seu posicionamento ou pela falta dele. Na Idade Média, a inquisição perseguiu e matou milhares de pessoas. Uma investigação sobre os bastidores do Vaticano poderia causar a excomunhão ou até a morte na fogueira. Sem contar, as conspirações e tramas pelo pode… O papa Pio XII, segundo o livro O Papa de Hitler do historiador católico inglês John Cornwell aponta que o papa não foi apenas omisso, mas ajudou Hitler.
Enfim, é lamentável que um padre cujas principais funções seriam a de conhecer a Deus, ser orientador espiritual de seu rebanho, hoje coloque em risco físico e psicológico inocentes.
Que Deus nos ajude!!!
Fonte: Isto É, Carta Capital, Veja