Poucos sabem que o nosso idioma está repleto de palavras originadas a mitologia grego-romana. Vocábulos comuns, muitas vezes, escondem histórias fascinantes.

Janus olhava para o tempo que começava e para o que terminava ao mesmo tempo.
O mês de Janeiro, por exemplo, tem esse nome por ser consagrado a Janus, deus com duas faces que podia olhar ao mesmo tempo o ano que terminava e o que estava começando.
A palavra cereal é uma homenagem a deusa Ceres, que presidia as plantações e colheitas.
Museu é um prédio dedicado às musas, divindades que dirigiam as artes e o conhecimento.

Hypnos era o deus grego do sono.
O vocábulo pânico vem de Pan, deus com pequenos chifres e da cintura para baixo com corpo de bode. Os gregos atribuíam a ele o intenso medo que sentiam os que passavam por lugares desertos, em que o menor ruído era o sinal da presença do deus.
Hypnose tem sua raiz no nome do deus grego do sono, Hypnos, e designa o estado de sonolência associado à hipnose.
Eco era uma ninfa dos bosques e muito falante. Segundo Ovídio, Zeus havia usado do dom da fala de Eco para distrair a esposa, a fim de continuar seu adultério. Hera logo descobriu o ardil e condenou-a a para sempre repetir apenas as últimas palavras das frases que os outros diziam (ecolalia).
A ninfa perdia assim seu mais precioso dom, aquilo que mais amava. Certo dia, vagando Eco pelos bosques, encontrou o belo Narciso por quem caiu de amores. Como não podia falar-lhe, limitou-se a segui-lo, sem ser vista. O jovem, porém, estando perdido no caminho, perguntou: “Tem alguém aqui?” Ao que obteve apenas a resposta: “Aqui, aqui, aqui…”.

Eco se apaixonou por Narciso que não correspondeu seu sentimento.
Narciso intimou a quem respondia para sair do esconderijo. Eco apareceu-lhe e, como não podia falar, usou as mãos para em gestos dizer do grande amor que lhe devotava. Narciso, chateado com a quantidade de pessoas a amarem-no, rejeitou também à bela ninfa.
Acometida pela tristeza de não ter o seu amor correspondido por Narciso, definhou e virou uma pedra. Dela só restou a voz que até hoje responde quando se grita em vales de cavernas.
Segundo outras fontes, Eco era uma ninfa que tinha maravilhosos dons de canto e dança, que desprezava os amores de qualquer homem. O deus Pan dela se enamora, mas obtém-lhe apenas o desdém. Tolhido em sua lascívia, Pan se enfurece, ordenando aos seus seguidores que a matem. Eco foi então estripada, e seus pedaços espalhados por toda a Terra. A deusa da Terra, Gaia, incorporou os pedaços da ninfa, com os restos de sua voz, que repetem as últimas palavras que os outros dizem.