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Notícias sobre a belíssima modelo capixaba Mariana Bridi, 20, que por causa de uma infecção urinária teve suas mãos e pés amputados e depois morreu, chocaram o Brasil na última semana. Segundo informações de Flávia Machado, chefe de terapia intensiva do Hospital São Paulo e presidente do Instituto Latino-Americano de Sepse (Ilias), a causa da morte da modelo é uma das principais em ambiente hospitalar no Brasil. A médica divulga que todo o ano são diagnosticados 400 mil casos no país, sendo que 230 mil evoluem para a morte do paciente. E as causas mais comuns são a pneumonia e a infecção urinária.

Infecções urinárias são comuns pela anatomia corporal. Colônias de bactérias se alojam próximas a ureta. Quando entram no canal urinário provocam a reação do organismo. Se o corpo, por algum motivo, não combate o germe e ocorre uma infecção urinária, com inflamação da bexiga (cistite), o quadro é combatido facilmente com antibióticos. O problema é quando a infecção atinge os rins. Como os rins são órgãos muito vascularizados, o risco de a infecção cair no sangue e se espalhar é alto. A consequência pode ser a septicemia, uma infecção generalizada grave e fatal. Foi o que ocorreu com a modelo, que chegou a amputar as mãos enquanto esteve internada.

Bactérias, vírus ou fungos podem levar a enfermidade, que é uma resposta inflamatória generalizada do organismo a um quado infeccioso.  A reação exacerbada do organismo a infecção pode levar ao choque séptico, que é a queda da pressão do paciente, prejudicando a oxigenação do organismo. O quadro pode evoluir para uma falência múltipla dos  orgãos, que pode levar a amputação de órgãos e, em casos extremos, até a morte.
Estudo mostra o despreparo médico

O Brasil, assim como a Malásia, lidera o ranking de mortes por essa doença, courina1m 250 mil óbitos por ano, segundo pesquisa feita em 37 países em 2005. Pesquisa do Ilias realizada com 917 médicos de 21 hospitais brasileiros (públicos e privados) revela que apenas 27% dos médicos sabem diagnosticar corretamente a infecção generalizada, sepse.  O tratamento correto ocorre quando o médico reconhece se determinada infecção pode evoluir para a sepse grave. As intervenções médicas devem ocorrer nas primeiras seis horas dos sintomas com administração de líquidos e soros, o controle da pressão arterial além do uso adequado de antibióticos.

No Brasil, a taxa de mortalidade por sepse é mais crítica nos hospitais públicos (52% contra 40% na rede particular), segundo dados do Ilias. O doente com sepse do sistema público também demora mais no pronto-atendimento antes de ir para a UTI –24 horas contra seis horas do paciente internado em hospitais particulares.

Sintomas
Os sintomas da infecção urinária são ardor e urgência para fazer xixi, urina com odor fétido e, em alguns casos, com sangue. Quando os rins estão envolvidos, a pessoa ainda tem febre, calafrios e dor na coluna lombar. Nesse caso, o tratamento às vezes exige a administração de antibióticos por via endovenosa.

Prevenção
Mesmo quem se preocupa com a higiene íntima pode ter infecções urinárias. Certas mulheres, por questões hereditárias, têm cistites recorrentes (três ou mais vezes ano ano), o que às vezes requer tratamento preventivo com antibióticos fracos.

A quantidade de parceiros sexuais também está associada a infecções.

Para prevenir o problema, além da higiene adequada, é importante tomar bastante líquido (2 a 3 litros por dia), urinar antes de dormir e após as relações sexuais, e evitar banhos de imersão ou duchas verticais depois do sexo.

Segundo especialistas a tentação de tratar a infecção urinária por conta própria pode causar muita dor de cabeça. O antibiótico usado pela amiga ou em uma ocasião anterior pode levar ao crescimento de bactérias resistentes e a problemas bem piores que a cistite.

Fontes: Folha Online Ciência e Ciência e Saúde Uol