Após o “Apagão” de 2001 e o racionamento de energia, várias pessoas passaram a usar lâmpadas fluorescentes. Elas são mais econômicas, tem longa duração e iluminam de 3 a 6 vezes mais do que as lâmpadas comuns e já fazem parte da vida dos brasileiros. Nos últimos quatro anos a média de crescimento foi da ordem de 20% ao ano.
Em 2007, o volume de importações ficou em aproximadamente 80 milhões de unidades, vindas quase todas da China, país que lidera a fabricação no continente asiático, onde esse processo está concentrado. Mas, muitas pessoas e empresas ainda desconhecem os riscos do descarte incorreto de tipo de lâmpada para o meio ambiente.
Como são?
As lâmpadas fluorescentes têm em seu interior (tanto nas tubulares como nas compactas) dois eletrodos e um gás sob baixa pressão. A condução da corrente elétrica é acompanhado da emissão de radiação eletromagnética (luz, ultravioleta, raios X etc.), que se dá em função do tipo de gás que existe no interior do tubo . A parte interna do tubo de vidro é revestido de camadas de pó fluorescente. É a composição deste pó que irá determinar o fluxo luminoso produzido pela lâmpada. Fatores como a temperatura e a presença de campos magnéticos podem influenciar sua intensidade de iluminação.
Ao se falar em lâmpada fluorescente vem logo à mente o mercúrio, mas há diversos elementos químicos em sua composição, como chumbo, alumínio, antimônio, manganês, bário, zinco, mercúrio, com diferentes graus de
toxicidade. Nas lâmpadas danificadas, especialmente o pó fluorescente é contaminado pelos elementos químicos e tóxicos.
Riscos
Tanto a aspiração do mercúrio na forma de gás, quanto sua ingestão ocasionam danos irreversíveis. Ele afeta o sistema nervoso, podendo causar paralisia, perda de memória, dores de cabeça e distúrbios emocionais, além do sistema cardiovascular, inclusive levando à morte. O envenenamento provocado pela acumulação de mercúrio chama-se Mal de Minamata.
O meio ambiente é afetado pelo mercúrio é maneira lenta e persiste por décadas. Ao ser exposto, ele irá depositar-se no fundo de rios, lagoas e represas, contaminando a água e também o solo. É possível desenvolver-se o Mal de Minamata, por exemplo, pela ingestão de peixes contaminados.
Como o metal é finito no planeta também há a preocupação com a necessidade de ele ser reutilizado, já que, além de estar presente nas lâmpadas ele serve como catalisador em processos químicos de separação de minérios.
Reciclagem
Atualmente, o país que mais recicla lâmpadas fluorescentes é a Holanda. Das 24 milhões de unidades descartadas, 83,3% delas sofrem reciclagem. A Suécia recicla a metade das lâmpadas que descarta. A Alemanha e a Bélgica também reciclam 50% de sua produção, seguidas da Noruega, com o percentual de 33%, Estados Unidos, com 25 %, Espanha, 14,3%, Itália, 11%, França e Reino Unido, 10%, e, por fim, o Brasil, com apenas 6% de suas lâmpadas recicladas.
No Brasil, 100 milhões de lâmpadas são descartadas anualmente. Segundo a engenheira eletrônica Elaine Menegon, o processo acontece da seguinte maneira: “separa-se as extremidades das lâmpadas, limpa-se o vidro que
depois é triturado, separa-se o mercúrio do pó fosfórico”. Sua principal vantagem é que nesse processo não há necessidade de aterros. “Todos estes componentes serão reutilizados”. Depois de separados e devidamente
tratados, todos os elementos voltarão a ser utilizados como matéria-prima, “até mesmo pelos fabricantes de lâmpadas”, afirma Elaine.
A ABilumi (Associação Brasileira de Importadores de Produtos de Iluminação) identificou, no Brasil, apenas dez empresas que oferecem serviço de reciclagem de lâmpadas, a maior parte das quais em São Paulo. O número é
pequeno e, para piorar, a logística de transporte de resíduos perigosos torna-se especialmente complexa em função da legislação brasileira sobre o tema. Tudo desde a carga ao veículo, passando pelo condutor, requer documentações, classificações e advertências – uma burocracia pautada pelo rigor.
O ideal é informar-se junto a prefeitura se há algum programa especial para destinação das lâmpadas. Em Curitiba, por exemplo, a prefeitura recolhe gratuitamente 10 lâmpadas por pessoa e conta com coletores itinerantes nos
terminais de ônibus das cidade, para descarte.
O que fazer?
Ao comprar verifique se o produto tem selo PROCEL, que são àquelas testadas e aprovadas pelo IMETRO e com durabilidade muito superior;
- Lâmpadas brancas são adequadas para escritórios, cozinha, lavanderia, etc;
- Lâmpadas amareladas são mais aconchegantes e para maior conforto ambiental ideais para quartos, salas de estar e de jantar, etc;
- Nunca quebre a lâmpada;
- Não segure a lâmpada pelo vidro;
- Em caso de quebra acidental, recolha os cacos usando uma luva e com cuidado.
- Envolva os pedaços em papelão, jornal ou plástico bolha e não misture com lixo doméstico para não ferir e colocar em risco outras pessoas;
- Lembre-se, o gás que sai e o material interno contém produto tóxico que não é eliminado pelo organismo humano (mercúrio).
Empresas que reciclam:
Em São Paulo
Apliquim – (11) 3722-5478 – www.apliquim.com.br
Rodrigues & Almeida Moagem de Vidros – (19) 9649-6867
Tramppo – (11) 3039-8382 – www.tramppo.com.br
Naturalis Brasil – (11) 4496-6323 e 4591-3093 – www.naturalisbrasil.com.br
Em Santa Catarina
Brasil Recicle – (47) 3333-5055 – www.brasilrecicle.com.br
No Paraná
Bulbox – (41) 3357-0778 – www.bulbox.com.br
Mega Reciclagem -(41) 3268-6030 e 3268-6031 -www.megareciclagem.com.br
No Rio Grande do Sul
Sílex – (51) 3421-3300 e 3484-5059 -www.silex.com.br
Em Minas Gerais
Recitec – (31) 3213-0898 e 3274-5614 – www.recitecmg.com.br
HG Descontaminação – (31) 3581-8725 -www.hgmg.com.br
Fontes: Setor Reciclagem e Portal Coleta Seletiva Solidária