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Albert Einstein nasceu em 1879, na Alemanha em uma família judaica não-observante. Seus pais, Hermann Einstein e Pauline Koch, casaram-se em 1876 e se estabeleceram na cidade de Ulm. Hermann tornou-se proprietário de um negócio de penas de colchões. Quando Einstein tinha um ano, a família se mudou para Munique. Com três anos de idade, Einstein apresentava dificuldades de fala. Aos seis, aprendeu a tocar violino, instrumento que o acompanharia ao longo da vida.

Quando criança, não apresentava nenhum sinal de genialidade; seu desenvolvimento se deu de modo bastante moroso até a idade de nove anos. No entanto, a sua paixão em contemplar os mistérios da Natureza começou muito cedo – aos quatro anos – quando ficou maravilhado com uma bússola que ganhara de presente do pai. “Como é que uma agulha pode se movimentar, flutuando no espaço, sem auxílio de nenhum mecanismo?” – perguntava a si mesmo.

Na escola, Albert sentia grande dificuldade para se adaptar às normas rígidas do Estudo. Os professores eram muito autoritários e exigiam que os alunos soubessem tudo de cor. Geografia, história e francês eram os seus grandes suplícios; preferia mais as matérias que exigiam compreensão e raciocínio, tal como a matemática. Ao mesmo tempo, seu tio Jacob ia lhe transmitindo as primeiras noções de álgebra e geometria.

Aos doze anos, ganhou um livro de geometria elementar e, a partir daí, seu gosto pela matemática se ampliou cada vez mais. Um de seus professores mais exasperados, chegou a dizer que Albert nunca iria servir para nada e que, além disso, sua presença desatenta em classe era considerada negativa, porquanto influenciava seus colegas, o que o levou a ser suspenso várias vezes.

Com dificuldades nos negócios, em 1894 a família se mudou para a Itália. Einstein permaneceu em Munique a fim de terminar o ano letivo. Em 1895, fez exames de admissão à Eidgenössische Technische Hochschule (ETH), em Zurique. Foi reprovado na parte de humanidades dos exames. Foi então para Aarau, também na Suíça, para terminar a escola secundária.

Em 1896 recebeu o diploma da escola secundária e, aos 17 anos, renunciou à cidadania alemã, ficando sem pátria por alguns anos. A cidadania suíça lhe foi concedida em 1901. Cursou o ensino superior na ETH em Zurique, onde mais tarde foi docente. Graduou-se em Matemática e Física.

Em 1903 casou-se com Mileva Maric, de quem se separou em 1919. Tiveram três filhos: Lieserl, Hans Albert e Eduard. A primeira morreu ainda bebê, o mais velho tornou-se professor de hidráulica na Universidade da Califórnia e o mais jovem, formado em música e literatura, morreu num hospital psiquiátrico suíço. Posteriormente, ele voltou a se casar, com Elza, sua prima.

Foi pesquisador na Academia Prussiana de Ciências, diretor do Instituto  Wilhelm de Física em Berlim. Foi presidente da Universidade Hebraica de Jerusalém.

Em 1915, Einstein fez uma série de conferências e apresentou sua teoria da relatividade geral. No ano seguinte o cientista publicou “Fundamento Geral da Teoria da Relatividade”. Einstein ganhou o Prêmio Nobel de Física de 1921 e foi indicado para integrar a Organização de Cooperação Intelectual da Liga das Nações. No mesmo ano, publicou “Sobre a Teoria da Relatividade Especial e Geral”.

Com a chegada de Hitler ao poder, decidiu deixar a Alemanha e morar nos Estados Unidos, onde passou a integrar o Instituto de Estudos Avançados da Universidade de Princeton. Em 1940 ganhou a cidadania americana, mantendo também a cidadania suíça.

A intensa atividade intelectual de Einstein resultou na publicação de grande número de trabalhos, entre os quais “Por Que a Guerra?” (1933), em colaboração com Sigmund Freud; “O Mundo como Eu o Vejo” (1949); e “Meus Últimos Anos” (1950). A principal característica de sua obra foi uma síntese do conhecimento sobre o mundo físico, que acabou por levar a uma compreensão mais abrangente e profunda do universo.

Em 1952, Ben-Gurion, então primeiro-ministro de Israel, convidou Albert Einstein para assumir o cargo de presidente do Estado de Israel. Doente, Einstein recusou. Uma semana antes de sua morte assinou sua última carta, endereçada a Bertrand Russell, concordando em que o seu nome fosse incluído numa petição exortando todas as nações a abandonar as armas nucleares.

Contribuindo para a física no século 20 no âmbito das duas teorias que constituíram seus traços mais peculiares – a dos quanta e da relatividade -, Einstein deu à primeira o elemento essencial de sua concepção do fóton, indispensável para que mais tarde se fundissem, na mecânica ondulatória de Louis de Broglie, a mecânica e o eletromagnetismo. E deu à segunda sua significação completa e universal, que se extrapola dos campos da ciência pura e atinge as múltiplas facetas do conhecimento humano. Saliente-se também que algumas das descobertas de Einstein – como a noção de equivalência entre massa e energia e a do continuum quadridimensional, suscitaram interpretações filosóficas de variadas tendências.

Einstein morreu a 18 de abril de 1955 em Princeton, Nova Jersey, em conseqüência de um aneurisma, aos 76 anos. Morreu com a mesma simplicidade e humildade com que sempre viveu: calma e imperturbavelmente, sem remorsos. “A serenidade de sua morte ensina-nos como devemos viver” – foram as palavras de sua filha adotiva Margot.
“O homem livre em nada pensa menos que na morte; e sua sabedoria não é uma meditação da morte, mas da vida”, disse o grande filósofo Baruch Spinoza, de quem Einstein foi um grande admirador.

Albert Einstein, o mais célebre cientista do século 20, foi o físico que propôs a teoria da relatividade. Einstein tornou-se famoso mundialmente, um sinônimo de inteligência. Ganhou o Prêmio Nobel de física de 1921. Suas descobertas provocaram uma verdadeira revolução do pensamento humano, com interpretações filosóficas das mais diversas tendências.

Frases

“O único homem que está isento de erros, é aquele que não arrisca acertar.”
“De absoluto só a Relatividade.”
“Se a Teoria da Relatividade se mostrar correta, os alemães me chamarão de alemão, os suíços dirão que sou suíço e a França me rotulará de grande cientista; se estiver errada, os franceses dirão que sou suíço, os suíços me chamarão de alemão e os alemães me acusarão de judeu.”
“O pensamento lógico pode levar você de A a B, mas a imaginação te leva a qualquer parte do Universo.”
“Faça as coisas o mais simples que você puder, porém não se restrinja às mais simples.”
“A palavra progresso não terá sentido enquanto houver crianças infelizes.”
“A coisa mais bela que o homem pode experimentar é o mistério. É essa emoção fundamental que está na raíz de toda ciência e toda arte.”
“Esse é o caminho mais belo que uma teoria física pode assumir: quando ela abre caminho para uma teoria mais ampla, sem perder seu carácter individual.”
“Existem duas coisas infinitas: o Universo e a tolice dos homens”
“Existem duas maneiras de viver: Pode viver como se nada fosse um milagre, ou viver como se tudo o fosse.”
“Alguém que nunca cometeu erros nunca tratou de fazer algo novo.”
“A educação é o que sobra depois que gente se esquece do que aprendeu na escola.”
“Ser suficiente artista é ter capacidade de desenhar a imaginação. A imaginação é mais importante que o conhecimento. O conhecimento é limitado. A imaginação envolve ao mundo.
“O segredo da criatividade é saber esconder suas fontes.”
“O valor de um homem deve medir-se pelo que dá e não pelo que recebe. Não se converta em um homem de sucesso senão num homem de valores.”
“Quando examino a mim mesmo e aos meus métodos de pensar, chego à conclusão que o dom da fantasia significa muito mais para mim que qualquer outro talento para pensar positiva e abstractamente.”
“Para ser um membro imaculado de um rebanho de ovelhas, deve-se, antes de tudo, primeiro ser uma ovelha.”
“Deves aprender as regras do jogo. E depois deves jogar melhor que todo mundo.”
“O mais importante de tudo é nunca deixar de se perguntar. A curiosidade tem sua própria razão de existir.”

Por: Márcia Homem de Mello©

Dicionário: Felicidade é qualidade ou estado de feliz; ventura, contentamento.

Feliz é o ser ditoso, afortunado, venturoso. Contente, alegre, satisfeito. Que denota, ou em que há alegria, satisfação, contentamento.

A conquista da felicidade vem no aprendizado diário de viver sabendo aceitar e expressar os desejos e sentimentos, construindo os próprios projetos de vida e empenhando-se para realizá-los.

Um sentimento que expressa de alguma forma, satisfação em ter uma necessidade saciada, um projeto realizado.

Compreender essa sensação, é saber individualizar no universo pessoal, pois o que é motivo de felicidade para uns, pode ser de infelicidade para outros. É um sentimento que pode diferenciar em cada instante tendo significados diferentes.

Depende de cada um, sabendo que só conta consigo mesmo para realizar seus desejos, vontades e projetos. A procura do auto conhecimento ajuda na transformação de desejos em vontade e da vontade em projeto de vida. Aprendendo a ser responsável pelas próprias escolhas, assumindo o sofrimento dos erros e fracassos e o gosto das conquistas e vitórias.

A teoria do psicodrama mostra que desenvolvendo respostas criativas e corajosas no sentido de expressar os seus sentimentos e de realizar a sua vontade própria, ajuda na busca dessa sensação. Construindo-se enquanto indivíduo, realizando e sentindo a felicidade.

Alguns aprenderam a não ter vontade própria. Só sabem realizar a vontade dos outros, projetos pelos outros, não têm suas próprias respostas, mostram-se carentes e inseguros. Só conseguem agir quando tem garantia, segurança e estabilidade do resultado.

Os acomodados, conformam-se com o porto seguro, na falsa certeza de não arriscar, porque a busca do desconhecido, é sempre arriscada e menos estática. E assim, vivem uma felicidade aparente, deixando de buscar e conhecer a sensação da felicidade pela vitória. São derrotados por si mesmo, deixando de assumir novos papeis, conformam-se com a monotonia.

Por não suportar a frustração pela derrota, por um objetivo não alcançado, por um sonho não realizado…, não compete, não tem objetivos, não sonha. Tem ainda aquele que inicia sua meta sendo um faxineiro, mas decide conquistar a presidência. E se consegue alcançar, na sua busca, a vice-presidência, já é motivo de frustração e infelicidade, por não ter chegado ao ponto mais alto.

Os invejosos destroem, menosprezam a vitória do outro, porque assim, deixam de olhar para si, e ver que para eles faltou a coragem e a força do outro.

A maneira de ser de muitos, é pura representação.

É muito bom que as pessoas saibam quem são, reconheçam sua vocação, sua capacidade, e não queiram vestir uma máscara, quando, na verdade, a vontade é de jogar tudo para o alto e tentar outra forma de vida.

Se o indivíduo conseguir identificar sua vocação e habilidade, buscar suas realizações com essa base conhecerá a sensação de ser feliz. Pessoas felizes chamam atenção, são admiradas, tem um brilho diferente.

Mas, isso não significa que enquanto é aplaudido, admirado e chama atenção, é feliz. Pode estar ai, a defesa contra uma auto avaliação. Contentar e agradar aos outros, não é o mesmo que agradar e contentar a si mesmo. A vocação e habilidade são  individuais. Assim como a sensação de felicidade também é individual.

A felicidade plena e absoluta não existe. Também não existe receita, manual que possa dar garantia plena de viver 100% feliz.

A busca é por mais momentos e sensação de felicidade.

Descobrindo suas necessidades, suas metas, como e quando alcançá-las, saber reconhecer limite, respeitando e se fazendo respeitar, sabendo diferenciar você do outro, é um começo. E nessa busca, cabe a você criar a sua receita e escrever o seu manual, do que é a SUA sensação de felicidade.

Para Refletir:

“Nosso cérebro é o melhor brinquedo já criado: nele se encontram todos os segredos, inclusive o da felicidade.”  (Charles Chaplin)
“A melhor maneira de ser feliz é contribuir para a felicidade dos outros.” (Confúcio)
 “Não é a força, mas a constância dos bons sentimentos que conduz os homens à felicidade.” (Friedrich Nietzsche)
“Ninguém tem a felicidade garantida. A vida simplesmente dá a cada pessoa tempo e espaço. Depende de você enchê-los de alegria.” (S. Brown)
“És precária e veloz, felicidade. Custas a vir, e, quando vens, não te demoras. Foste tu que ensinaste aos homens que havia tempo, e, para te medir, se inventaram as horas.” (Cecília Meireles)
“Aprendemos que é possível ser feliz simplesmente pelo fato de estarmos vivendo.” (Wilheim Schürmann)
“A felicidade é a única coisa que podemos dar sem possuir.” (Voltaire)
“Onde estás, felicidade ?… Em tudo quanto, acabado, me faz dizer:  ‘Foi bom, mas tão bom que nem senti o tempo passar.” (Alfredo Bosi)
“A meta da existência é encontrar felicidade, o  que significa encontrar interesse.” (Alexandre Sutherland Neill)
“Somos muito mais infelizes na infelicidade do que felizes na felicidade.” (Armand Salacrou)
“A infelicidade pura e completa é tão impossível quanto a pura e completa alegria.” (Tolstoi)
“Quase sempre a maior ou menor felicidade depende do grau da decisão de ser feliz.” (Abraham Lincoln)
“Creio que Deus nos colocou nesta vida para sermos felizes.” (Baden Powell)
“A felicidade não depende do que nos falta, mas do bom uso que fazemos do que temos.” (Thomas Hardy)
“Felicidade é uma boa saúde e uma má memória.” (Ingrid Bergman)
“A felicidade é um bem que se multiplica ao ser dividido.” (Marxwell Maltz)

Márcia Homem de Mello© – Ex Diretora Presidente ABRAPSMOL – Psicóloga e Psicodramatista(http://www.homemdemello.com.br/psicologia/felicidade.html)

marco-aurelioMarco Ânio Vero (Marcus Annius Verus) nasceu a 26 de Abril do ano 121, sob o principado de Adriano, numa rica e distinguida família de origem hispânica. O seu avô, Cônsul por três vezes (caso raro naquela época), fora prefeito de Roma durante o reinado de Adriano. Pertenceu a uma família de aristocratas e muito cedo perdeu os pais. O imperador reparou nele desde criança e pagou-lhe os estudos. Além disso, as honras que Adriano lhe atribuiu ainda durante a infância (por exemplo, o título de “Verissimus”), mostram que o imperador – sem filhos -, o via como um potencial sucessor.

O jovem Marco Vero recebeu uma esmerada educação, com ênfase na retórica e na filosofia. Desde tenra idade que exibiu um ar culto e circunspecto, que lhe valeu a atenção do imperador Adriano. Aos onze anos conheceu o estoicismo e adotou hábitos de vida austera. Após os anos de sua formação passou a colaborar intimamente com o imperador, seu pai adotivo, ocupando o cargo de cônsul por três vezes.

Antes de morrer, no ano 138, Adriano nomeou sucessor o rico senador T. Aurélio Fúlvio Boiónio Árrio Antonino (T. Aurelius Fulvus Boionius Arrius Antoninus), de 52 anos, com a condição de que este último adotasse o jovem Marco Vero (bem como o filho de Ceiónio Cómodo, seu antigo co-imperador, Lúcio Aélio Cômodo).  O jovem Marco Vero, agora chamado Marco Aélio Aurélio Vero (Marcus Aelius Aurelius Verus), tornou-se assim herdeiro do principado, em conjunto com o também jovem Lúcio Cômodo.

O longo principado de Antonino foi um dos mais pacíficos e brilhantes de toda a história do Império Romano. Foi a época áurea da Pax Romana, durante a qual Marco Aurélio ascendeu todos os degraus do Cursus Honorum. Cônsul em 140 e 145, recebeu o poder tribunício (tribunitia potestas) em 147, talvez em conjunto com o império proconsular (imperium proconsulare).

Apesar da sua dedicação à carreira pública, Marco Aurélio não perdeu o contato com a filosofia. Continuou a privar com filósofos e pensadores distintos, como Herodes Ático, Frontão, Epíteto e Aélio Aristides. O jovem César pertencia à escola dos estóicos, como comprova a sua obra “Pensamentos para mim próprio” (escrita em grego, com o título “Ta eis heauton”, e também chamada “Meditações”). Note-se que estes Pensamentos não foram escritos para serem publicados, mas sim como reflexão pessoal para o ajudar a enfrentar a adversidade com fortaleza e serenidade, tendo como temas a moral e o sentido da vida.

Em 161, Aurélio Antonino morre e Marco Aurélio torna-se imperador, em conjunto com Lúcio Cômodo. No entanto, Marco Aurélio era visto como o principal governante, uma vez que Lúcio era demasiado dado aos prazeres e à dissipação. O contraste entre o estóico Marco e o inconsciente Lúcio dava ao primeiro a autoridade moral necessária para governar quase sozinho. No entanto, caso raro na história dos Césares, o próprio Lúcio aceitava este estado de coisas e Marco, por seu turno, cuidava e protegia o seu co-governante. Um caso raro numa longa história de traições, assassínios e guerras civis. E quando Lúcio morreu, em 169, Marco Aurélio assumiu o poder sozinho. O governo de Marco Aurélio se estendeu por quase vinte anos (até sua morte) e foi perturbado por guerras sangrentas e prolongadas, com as conseqüentes dificuldades internas.

549Ele conseguiu enfrentar todas as dificuldades, tendo sido excelente guerreiro e administrador e, ao mesmo tempo, humanizando profundamente o exercício do poder. Nos poucos momentos que permitiam os encargos de governo, recolhia-se à reflexão filosófica e escrevia seus pensamentos em língua grega. Com isso, tornou-se o terceiro e último expoente do estoicismo romano. O conteúdo de suas Meditações (como ficaram conhecidos posteriormente seus pensamentos), é a filosofia estóica, mas um estoicismo distante das doutrinas de Zenão. As especulações físicas e lógicas cedem lugar ao caráter prático dos romanos e ao aconselhamento moral.

Em Marco Aurélio, como também nas máximas de Epíteto, a questão central da filosofia é o problema de como se deve encarar a vida para que se possa viver bem. Esse problema é tratado com grande esforço e interesse por Marco Aurélio, homem religioso e pouco interessado na investigação científica. Em seus pensamentos, são bem visíveis as tendências ecléticas. Ele não hesita em acolher posições de sabedoria que vêm até mesmo de Epicuro. Mas, uma das características que mais impressiona o leitor de suas Meditações, é a insistência com a qual é tematizada e afirmada a “caducidade” das coisas. Eis uma passagem que ilustra esse pensamento:

 “Quão rapidamente, num segundo, desvanecem todas as coisas, os corpos no espaço, e a memória desses no tempo! E o que são todas as coisas sensíveis e, especialmente, as que nos seduzem com a voluptuosidade ou nos amedrontam com a dor ou são exaltadas pelos homens! Quão vis são, desprezíveis, horríveis, corrompidas, mortas!”.

Marco Aurélio também rompe com o antigo Pórtico, quando distingue no homem: o corpo, que é carne, a alma, que é sopro ou pneuma (ar) e, superior à própria alma, o intelecto ou mente. Enquanto o antigo Pórtico identificava o princípio dirigente do homem com a parte mais elevada da alma, Marco Aurélio o põe fora da alma e o identifica com o intelecto. Por essa razão, o estoicismo de Marco Aurélio freqüentemente apresenta discrepância em relação às suas origens gregas. Por certo, a verdadeira chave para a compreensão das oscilações de Marco Aurélio deve ser procurada menos em suas características psicológicas do que nas circunstâncias históricas em que viveu. Embora sua colaboração tenha sido de grande importância, ele não chegou a ser um pensador original.

Marco Aurélio foi um governante consciencioso e justo – não apenas pelos padrões romanos -, e a historiografia romana dos séculos seguintes apenas o acusa de um grave erro: ter nomeado herdeiro o seu filho Cômodo, que viria a revelar-se um tirano ao estilo de Nero e Domiciano (embora, como estes dois, tenha sido alvo de intensas campanhas que visavam denegrir a sua imagem, por parte dos seus adversários).

Muitos consideram Marco Aurélio o último imperador do chamado “Alto Império”. Quando ele morreu, em 180, em Vindobona (atual Viena), teve início um longo século de distúrbios, guerras civis e invasões estrangeiras – durante o qual a própria existência do Império esteve em causa -, e que só terminaria com a ascensão de Diocleciano e a instauração do regime “totalitário” do Dominado.

Bibliografia recomendada: REALE, Giovanni. História da Filosofia Antiga. São Paulo, vol. IV Edições Loyola, 1993.

marcusFrases do Imperador Marco Aurélio

A nossa vida é aquilo que os nossos pensamentos fizerem dela.
Nada de desgosto, nem de desânimo; se acabas de fracassar, recomeça.
Muitas vezes erra não apenas quem faz, mas também quem deixa de fazer alguma coisa
O melhor modo de vingar-se de um inimigo, é não se assemelhar a ele.
Mantenha-se simples, bom, puro, sério, livre de afetação, amigo da justiça, temente aos deuses, gentil, apaixonado, vigoroso em todas as suas atitudes. Lute para viver como a filosofia gostaria que vivesse. Reverencie os deuses e ajude os homens. A vida é curta.
Pratica cada um dos teus atos como se fosse o último da tua vida.
Se te ocorrer, de manhã, de acordares com preguiça e indolência, lembra-te deste pensamento: «Levanto-me para retomar a minha obra de homem».
Antes o reprovamento por um gênio do que um louvor de um idiota.
A experiência é um troféu composto por todas as armas que nos feriram.
Não se é menos culpado não fazendo o que se deve fazer do que fazendo o que não se deve fazer.
A arte de viver é mais parecida com a luta do que com a dança, na medida em que está pronta para enfrentar tanto o inesperado como o imprevisto e não está preparada para cair.
Quanto não ganha em tranqüilidade quem não se preocupa com o que o vizinho diz, faz ou pensa, mas apenas com os seus próprios atos.
Não desprezes a morte; dá-lhe boa acolhida, como a uma das coisas que a Natureza quer.
Mudar de opinião e seguir quem te corrige é também o comportamento do homem livre.
Rejeita a sede dos livros, para que não morras com queixumes, mas serenamente.
Os homens são feitos um para o outro: instrui-os, ou então, suporta-os.
A maior parte das coisas que dizemos e fazemos não é necessária; quem as eliminar da própria vida será mais tranqüilo e sereno.
Quem peca, contra si peca; quem comete injustiça, a si agrava, porque a si mesmo perverte.
Se tens dificuldade em cumprir um intento, não penses logo que seja impossível para o homem; pensa quanto é possível e natural para ele, e que também pode ser alcançado por ti.
Mais penosas são as conseqüências da ira do que as suas causas.
Se uma causa exterior te perturba, a tua aflição não vem dessa causa, mas, sim, do teu juízo a respeito dela. Em teu poder está a possibilidade de diluir essa aflição. Se teu desgosto decorre de uma disposição interior, quem te impede de corrigir teu estado de espírito.