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Sem dados oficiais, a estimativa dos especialistas é de que sejam feitos anualmente 1 milhão de abortos no Brasil. Esse procedimento proibido no país continua sendo um dilema social, humano, jurídico e de saúde pública. A controvérsia atinge também os campos religiosos e o científico.

Como só é permitido em casos de salvar a vida da mãe ou quando o feto foi gerado por conta de estupro ou tenha um defeito grave de formação, as condições dos abortos clandestinos são precárias: sem condições de higiene ou segurança. Os abortos mal feitos são a quarta causa da mortalidade materna, atingindo cerca de 200 mulheres.

Segundo matéria publicada na revista Veja edição 2097, atualmente os ginecologistas (há cerca de 20 mil no Brasil) passaram a adotar uma espécie de filosofia de redução dos danos. Ou seja, ao perceberem que a paciente irá mesmo fazer o aborto, orientam-na e ajudando-as a enfrentar da melhor maneira possível as conseqüências da decisão.

A situação ideal é que o aumento da eficiência, a diminuição do custo e a facilidade de acesso ao uso de anticoncepcionais femininos ou masculinos diminuíssem a pratica do aborto, mas a realidade ainda é alarmante. O que há 20 anos era considerado um tabu está sendo amplamente discutido e estimulando diversas ações não só da comunidade médica, mas também do Governo. Desde 2002, o Ministério da Saúde distribui a “pílula do dia seguinte”. Nos últimos cinco anos, o Poder Judiciário concedeu 3.000 alvarás para a suspensão da gravidez em caso de má-formação fetal, o dobro das liberações no mesmo período da década de 90.

pregnancyO Ministério da Saúde informou que número de partos realizados na rede pública de saúde em meninas entre 10 e 19 anos caiu 30,6% nos últimos dez anos. Foram 485,64 mil partos em 2008, 699,72 mil em 1998. No Sul, Sudeste e Centro-Oeste, a redução ultrapassou 35%. A queda na quantidade de adolescentes grávidas no Brasil deve-se, principalmente, ao acesso às políticas de prevenção e orientação sobre saúde sexual. Embora tenha havido essa queda nos números, percebe-se que as adolescentes de classe média baixa, embora conheçam os métodos contraceptivos, cometem os mesmos erros de suas mães.

Os postos de saúde no país disponibilizam, gratuitamente, métodos contraceptivos. A compra de preservativos masculinos, por exemplo, chegou a um bilhão em 2008, a maior feita por um governo no mundo. Até setembro deste ano, foram encaminhados aos estados e municípios 311 milhões de camisinhas masculinas. Essa oferta tem impacto grande na realidade dos jovens e adolescentes. A Pesquisa sobre Comportamento, Atitudes e Práticas Relacionadas às DST e Aids na População Brasileira de 15 a 64 anos, lançada pelo próprio ministério em junho, mostrou que 41,4% das moças e rapazes entre 15 e 24 anos pegaram preservativos gratuitamente nos 12 meses anteriores ao estudo. Os principais locais para isso são os postos de saúde (37,7%) e as escolas (16,5%).

Segundo o diretor do Departamento de Tocoginecologia do Caism (Centro de Atenção Integral à Saúde da Mulher), da Unicamp, João Luiz Pinto e Silva, em geral a gravidez na adolescência é uma surpresa, um problema para o desenvolvimento da menina, para a família etc. Quando você pergunta por que ela não usa o anticoncepcional, voltam os mesmos tipos de desculpas. Pelos dados preliminares que temos da nova pesquisa, 25% das adolescentes dizem que queriam ficar grávidas. As respostas ainda se repetem: “Eu achava que isso não ia acontecer comigo”.

Tipos de Anticoncepcionais

Métodos anticoncepcionais são maneiras ou técnicas simples utilizadas por quem pretende manter relações sexuais sem correr o risco de gravidez precoce ou contrair doenças. Veja os principais métodos contraceptivos:

Pílula
pilulaÉ um comprimido feito com hormônio sintético (não natural) que impede o amadurecimento do óvulo e a ovulação. É um método quase 100% seguro de evitar uma gravidez. O médico pode indicar qual é a mais indicada para cada mulher.

Camisinha
174_420-camisinhaÉ uma espécie de saquinho de borracha que deve ser colocado no pênis já ereto, antes da penetração na vagina. O esperma ejaculado fica dentro da camisinha, impedindo que os espermatozóides entrem no corpo da mulher provocando a gravidez. Serve também para impedir a transmissão de doenças como a Aids, sífilis, gonorréia e outras. Existe também a camisinha feminina.

Diafragma
diafragmanacionalÉ uma capinha de borracha que deve ser colocada na parte mais profunda da vagina, para cobrir a entrada do colo do útero e assim, impedir a penetração dos espermatozóides. O diafragma deve ser colocado antes da relação sexual e só deve ser retirado oito horas depois. Não prejudica nem a saúde da mulher e nem a do homem durante a relação.

DIU
diuDispositivo intra-uterino. É uma peça de cobre ou de silicone e plástico, que é colocado pelo médico dentro do útero, durante a menstruação. Essa peça impede que o espermatozóide chegue até o óvulo. Não é abortivo. Pode ter várias formas, sendo a mais comum em forma de T. O DIU pode sair do lugar e provocar sangramento, cólicas e aumento do fluxo menstrual.

Tabelinha
cicloÉ um método natural, pois não utiliza nenhum material ou remédio. Consiste em não ter relações sexuais no período fértil, ou seja, no período em que pode existir um óvulo maduro no organismo da mulher. Só dá certo se a mulher tiver o período menstrual regular, caso contrário o risco de engravidar é grande.

Espermicida
espermicidaTipo de creme, espuma ou gel que contém substâncias químicas capazes de destruir os espermatozóides. É colocado no fundo da vagina, antes de cada relação sexual. Este método só é realmente eficaz quando combinado com outros métodos, como o diafragma por exemplo.

Métodos Cirúrgicos
São métodos onde ocorre a intervenção cirúrgica, chamados de ligadura de trompas (feminino) e vasectomia (masculino).

Coito interrompido
Consiste em interromper o ato sexual momentos antes da ejaculação masculina. Não é garantido, além de não evitar o contágio de doenças sexualmente transmissíveis.

Pílula do dia seguinte
pilula_do_dia_seguinteDeve ser tomada em duas doses com intervalo de 12 horas. Os efeitos colaterais mais comuns são enjôos e vômitos. Quando tomada até 72 horas depois da relação sexual desprotegida, a eficiência é de aproximadamente de 80%.

Fonte: Ministério da Saúde e Folha de S. Paulo