Quem nunca teve uma almanaque em suas mãos não existe. Os almanaques viraram mania. Mas, antigamente, eles eram até mais comuns! Os almanaques – publicações que divulgam textos bem variados, tratando de temas diversos – muitas vezes eram os materiais de leitura mais acessíveis e estavam presentes nos mais diversos contextos e momentos sociais.

Os “Almanaques de Farmácia” são um exemplo dessa diversidade. Eram publicados com o patrocínio de laboratórios farmacêuticos que os utilizavam como estratégia publicitária principalmente para os seus fortificantes e medicamentos. Assim, eram distribuídos gratuitamente pelas empresas e laboratórios em grandes tiragens fazendo com que seus exemplares chegassem às regiões mais distantes do país. Talvez venha daí o fato dos almanaques de farmácia terem sido os mais populares e até hoje estarem presentes nas lembranças dos mais variados e modestos leitores.

O Almanaque Biotônico Fontoura, lançado em 1920, foi criado (elaborado e ilustrado) por ninguém menos que Monteiro Lobato! Lobato criou nas suas páginas o folclórico personagem Jeca Tatu, o caipira que fez tanto sucesso que apareceu também nos seus livros infantis.
Os almanaques farmacêuticos do século XX formaram um capítulo importante da história da leitura no Brasil.
Origem da palavra Almanaque
Do árabe almanakh : Tem várias hipóteses para sua origem. A mais sóbria diz que vem de al-manaj, o círculo dos meses: manaj parece ser a arabização do vocábulo latino manacus, que designava o círculo do relógio solar que marca a sucessão dos meses. Combina com a finalidade primordial dos almanaques, que sempre foi a de publicar o calendário com as estações, a lunação, os eclipses etc. Outra hipótese, muito mais imaginativa, também passa pelos árabes: o vocábulo viria de al-manah: lugar onde se pára numa viagem, local onde o camelo descansa, referindo-se às 12 paradas que a Terra faria no seu trajeto ao redor do Sol, nas casas do zodíaco, e lembrando, ao mesmo tempo, o local onde os condutores de caravanas estacionavam para descansar e trocar entre si notícias, histórias curiosas e fatos pitorescos, bem ao modo dos almanaques modernos.
Ainda outra origem por vezes mencionada é que palavra vem do árabe al-manakh, o lugar onde onde o camelo se ajoelha, onde os nômades se reuniam para rezar e contar as experiências de viagens ou notícias de terras distantes. Em português
Originalmente, almanaque (do árabe al-manakh) é o lugar , a parada numa viagem, ou seja, é hora de descanso e abastecimento para os camelos e provavelmente também para seus “tripulantes”.