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O calor é um dos grandes inimigos do sono. Segundo o médico do Instituto de Medicina do Sono de Campinas (SP), Shigueo Yonekura, quando a temperatura está acima do 27 °C, o corpo humano tem enorme dificuldade para dormir. O cérebro não consegue descansar, pois fica focado na manutenção da temperatura corpórea.

Outros fatores também interferem na qualidade do sono, como poluição, ar seco e estresse. Aproximadamente 20% dos paulistanos sofrem de insônia, esse número aumenta na época do calor.

Não dormir por muitos dias pode ocasionar outros problemas de saúde, como asma, bronquite e até doenças cardiovasculares. Os dias quentes também provocam diarreia, dor de cabeça e doenças da pele. 

Privação do sono provoca distúrbio no cérebro

Quando uma pessoa não dorme o suficiente, os centros emocionais do cérebro reagem excessivamente às experiências negativas, segundo estudo publicado nesta semana na revista “Current Biology”.

A pesquisa, dirigida por Matthew Walker, do Laboratório de Sono e Neuroimagem da Universidade da Califórnia, mostra as provas do vínculo neural entre a perda ou privação do sono e os transtornos psiquiátricos.

A perda do sono leva a uma conduta emocionalmente irracional, segundo os pesquisadores. Por meio de imagens de ressonância magnética funcionais, eles analisaram o que ocorre nas áreas emocionais do cérebro quando as pessoas não dormem o suficiente.

“O estudo soma elementos para uma lista de benefícios do sono”, disse Walker.

“O sono parece restaurar nossos circuitos emocionais no cérebro, e ao fazê-lo, nos prepara para os desafios do dia seguinte e para as interações sociais”, acrescentou. “O mais importante desse estudo é que ele mostra os perigos de não dormir o suficiente”.

Walker disse que a privação do sono destrói mecanismos que regulam aspectos chave da saúde mental.

“O sono não é um luxo. É uma necessidade biológica e sem ele o indivíduo pode sofrer conseqüências cognitivas e emocionais”, explica Walker.

Os pesquisadores dividiram, ao acaso, 26 pessoas saudáveis em dois grupos: um que dormiu normalmente, e outro onde os participantes foram mantidos acordados por cerca de 35 horas.

No dia seguinte, imagens dos cérebros dos participantes foram analisadas. As imagens mediam a atividade das diferentes áreas do cérebro com base no fluxo sangüíneo enquanto eles observavam uma centena de imagens.

As imagens utilizadas foram, inicialmente, neutras, de um ponto de vista emocional, mas gradualmente tornaram-se desagradáveis.

“Havíamos previsto um aumento potencial das reações emocionais do cérebro (nas pessoas privadas de sono), mas a magnitude do aumento nos surpreendeu”, comentou Walker.

Os centros emocionais do cérebro tiveram cerca de 60% mais reações no grupo privado de sono que nos participantes que tinham dormido normalmente.

“É quase como se, com a falta de sono, o cérebro ficasse com uma atividade mais primitiva, com menos capacidade de colocar as experiências emocionais dentro de um contexto e de produzir respostas apropriadas”, acrescentou o pesquisador.

Fonte: Portal O Aprendiz e UOL