O Brasil tem um triste recorde mundial: é o quinto maior em número de mortes no trânsito. Organização Mundial da Saúde (OMS), que apresenta esta semana o maior estudo sobre o assunto, alerta que só em 2007 dos 178 países analisados, aconteceram 35,1 mil mortes causadas por desastres com automóveis no Brasil. Os números só são inferiores a Índia, onde ocorreram 105,7 mil, China (96,6 mil), Estados Unidos (42,6 mil) e Rússia (35,9 mil).
De acordo com dados do Ministério da Saúde, a violência no trânsito no Brasil é a segunda maior causa das mortes entre jovens, só perdendo para os homicídios.
As mortes, de acordo com pesquisa, se concentraram em homens adultos jovens (com idade entre 20 e 59 anos), residentes em municípios de pequeno porte populacional. No caso de atropelamentos, o risco de morte é maior entre os idosos; para ocupantes de veículos, o risco é maior para o grupo de 20 a 59 anos. Entre os motociclistas, o risco concentra-se na faixa de 20 a 29 anos e o número de mortes de motociclistas aumentou cerca de 20 vezes em 16 anos. Em 1990, haviam sido contabilizados 300 mortes provocadas por acidentes de moto. Em 2006, o número saltou para quase 7 mil.
Atualmente, os acidentes nas estradas são a décima maior causa de mortes no mundo. Segundo a OMS informa que esses desastres matam 1,2 milhão de pessoas por ano. Quase metade das vítimas não estava de carro – foram 584 mil pedestres e ciclistas mortos em acidentes, representando 46% do total das mortes. No Sudeste Asiático, esse índice é ainda mais alarmante: 80% das mortes no trânsito envolveram pessoas que sequer têm carro.
Os dados também indicam que, nos países ricos, a taxa de mortes está estável. Mas, nos países em desenvolvimento contua crescendo, o que preocupa os especialistas no assunto. Segundo eles, a melhoria da renda provoca o crescimento do número de veículos no trânsito, o que não quer dizer necessariamente o aumento os dispositivos de segurança.
A OMS verificou também que apenas 15% dos 178 países avaliados têm uma legislação completa em relação ao trânsito, incluindo limites alcoólicos, limites de velocidade dentro de cidades e obrigatoriedade no uso de capacetes. Mas, mesmo nos países onde existem as leis, o cumprimento é falho. No ritmo em que está, a OMS, prevê que se for mantido os números dos últimos 10 anos, haverá 2,4 milhões de mortes em 2030, o dobro do índice atual.
Números
Mortes envolvendo automóveis —-> 1,2 milhão de pessoas ao ano
Previsão de mortes em 2030 ——–> 2,4 milhões de mortes
Fonte: O Estado de S. Paulo e Correio Braziliense