Alimentos naturais são instintivamente a primeira escolha de quem busca uma dieta saudável, mas na prática eles podem não ser tão seguros e balanceados. A demonização dos produtos alimentícios industrializados contribui para que essa idéia se propague, mas o programa Minha Escolha, que reúne diversos fabricantes de alimentos com níveis seguros de sódio, gordura trans, gordura saturada e açúcares, procura desvelar o mito de que todos os produtos industrializados são nocivos à saúde.
De acordo com a coordenadora de nutrição do Instituto Minha Escolha, Carolina Godoy, é equivocado pensar que todos os alimentos naturais ou receitas feitas em casa são saudáveis e podem ser consumidos à vontade. “Atualmente, a indústria tem várias iniciativas voltadas para a saudabilidade e incluir equilíbrio na dieta é a chave para a saúde do corpo”.
O selo Minha Escolha é a vertente brasileira da Choices International Foundation, foi fundado em 2008 pelas empresas Unilever, Perdigão e Nutrimental. É gerenciada pelo Instituto Minha Escolha, criado em julho de 2009, que define os critérios de seleção para que as marcas recebam ou não o selo “Minha Escolha”.
O objetivo do programa é facilitar a introdução global do selo nas indústrias, distribuidoras e prestadoras de serviços alimentícios. O Instituto conta com uma equipe própria para coordenar o Programa e a sua implementação no Brasil junto a todas as frentes: empresas, governos, consumidores, profissionais de saúde e varejo.
A indústria alimentícia tem tomado mais cuidado com os malefícios causados pela alimentação, especialmente após a resolução da ANVISA, RDC n° 24 (29/06/10), que obriga a indústria e comércio de alimentos que oferecem risco à saúde, como açúcares, gordura saturada, gordura trans, sódio e bebidas com baixo teor nutricional, a informarem esses dados em ações de oferta, como propaganda, publicidade, cardápios e embalagens.
Além disso, dados do IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística) comprovam que quase metade da população adulta brasileira, com 20 anos ou mais, está acima do peso, aproximadamente 24% da população brasileira foi diagnosticada com hipertensão arterial e 5,8% afirmaram sofrer de diabetes.
No entanto, a nutricionista Roberta Stella, do portal Dieta & Saúde, alerta que é inadequado estimular a substituição dos alimentos naturais. “A adição de fibras, ácido graxo ômega 3, cálcio e vitaminas nos alimentos melhoram a qualidade nutricional do produtos entretanto, não é pertinente a comparação. Substituir um peixe rico em ômega 3 por uma maionese com esse nutriente? Uma fruta por um iogurte com fibras? Primeiro, porque são grupos alimentares diferentes com características particulares e, segundo, que a quantidade desses nutrientes em um alimento in natura, normalmente, é maior”, diz a nutricionista.
A especialista também ressalta que apesar de muitos alimentos industrializados terem funções benéficas ou diminuição de ingredientes que prejudicam a saúde, outros elementos podem ser nocivos, como corantes e conservantes, especialmente para quem sofre com alergias.
Fonte: Consumidor Moderno