Vipassana é um método de meditação originário do Budismo Hinayana e é considerada como uma das mais antigas técnicas de meditação da Índia. Vipassana é o termo em pali, antiga língua e foi citada nos discursos de Sidharta Gautama, o Buda e atribui-se a ele a redescoberta há mais de 2500 anos e ensinamento como um remédio universal para males universais.
Em sânscrito, na língua indiana, é denominado vipashyana. Na língua tibetana se chama lhatong. A palavra vipashyana vem de “vi”, que quer dizer: especial, específico, superior; e pashyana que significa: visão, olhar. Ver de forma clara, direta, objetiva, cristalina. A palavra lhatong também tem o mesmo sentido em “lha”, especial, e “tong”, ver. Visão clara, visão interior, visão aberta, ou visão das coisas como elas são. Essa antiga prática pode ser utilizada por qualquer pessoa, devido a sua simplicidade técnica.
A Técnica
Toda a prática está voltada para a auto-observação, para o estar consigo, com a atenção no presente. Com os exercícios estuda e pratica a uma maior compreensão e contato interior. É definida como uma experiência do insight (in, dentro – sight, visão, ou experiência de visão interior). Vipassana é uma meditação que, no seu pleno desenvolvimento, vai clareando o espaço interior da mente dos pensamentos e dos movimentos confusos, até que se possa apreciar e relaxar nas coisas como elas são.
Vipassana é uma meditação que desenvolve a claridade panorâmica – a claridade do espaço – em que o contínuo surgimento e desaparecimento de pensamentos e emoções deixam de ser um problema por meio da espacialização da mente. Visa a total erradicação das impurezas mentais e a resultante suprema felicidade da liberação completa. A cura, não a mera cura de doenças, mas a cura essencial do sofrimento humano, é o seu propósito.
Seu foco é a profunda interconexão entre mente e corpo, que pode ser experimentada diretamente pela atenção disciplinada às sensações físicas, que, por sua vez, constituem a vida do corpo e continuamente se interconectam e permitem a vida da mente. É essa jornada de autoconhecimento baseada na observação — que objetiva a raiz comum da mente e do corpo — a responsável pela dissolução das impurezas mentais, resultando numa mente em equilíbrio, cheia de amor e compaixão.
As leis científicas que regulam os pensamentos, sentimentos, julgamentos e sensações se tornam claras. Pela experiência direta, compreende-se a natureza de como se progride ou regride, como se produz ou se liberta do sofrimento. A vida começa a se caracterizar por consciência, libertação de ilusões, autocontrole e paz cada vez maiores.
Pelo sua qualidade modificadora, a Vipassana tem sido ensinada em prisões da Índia, Israel, Mongolia, New Zealand, Taiwan, Thailand, U.K., and the United States.
Parece filosófico de mais? Não é. É prática pura. Só participando para saber o significado concreto e real desta experiência.
O Curso
Normalmente, a técnica é ensinada em retiros de 10 dias. Não há vínculos religiosos, ou seja, sem ritos, compromissos espirituais ou cerimônias rígidas. A proposta é aproveitarmos a possibilidade da prática e estudo em ambiente adequado, para criar maior familiaridade com a prática, além de se trabalhar os obstáculos e o amadurecimento da meditação.
O retiro é aberto às pessoas que desejam começar a praticar, assim como a antigos praticantes que desejam receber novas fundamentações e aprendem os fundamentos do método e praticam o suficiente para experimentar seus resultados benéficos.
O curso requer trabalho sério e árduo. Há três passos no treinamento. O primeiro passo é abster-se — durante todo o curso — de matar, roubar, manter atividade sexual, mentir e se intoxicar. Esse simples código de conduta moral serve para acalmar a mente que, de outra forma, estaria muito agitada para executar a tarefa de auto-observação.
O próximo passo é desenvolver o domínio da mente aprendendo a fixar a atenção na realidade natural do fluxo da respiração, sempre mutável, enquanto entra e sai das narinas.
Com a mente está mais clara e mais em foco, mais preparada, portanto, para empreender a prática de Vipassana em si: observar as sensações por todo o corpo, compreendendo sua natureza e desenvolvendo a equanimidade, aprendendo a não reagir a elas.
Finalmente, no último dia os participantes aprendem a meditação de amor ou boa vontade frente a todas as coisas, quando a pureza desenvolvida durante o curso é partilhada com todos os seres. A prática inteira é, na verdade, um treinamento mental. Exatamente como usamos exercícios físicos para melhorar a saúde de nosso corpo, Vipassana pode ser utilizado para desenvolver uma mente saudável.
Veja depoimento.
Fonte: Dhamma Org
Bela introdução.
Recomendo também a leitura de depoimentos de estudantes que participaram dos cursos de 10 dias de Vipassana.
obrigado!
Sebastian, o artigo foi feito por uma jornalista que participou do Retiro de Vipassana. Agradecemos o seu carinho. Um abraço,