Bóia-Cross: a aventura de descer corredeiras em câmeras de pneus

Publicado: 09/03/2009 por Andrew em Atualidades, Esportes Radicais & Semi
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Imagem da Brotas Brasil.

O Bóia-cross  ou acqua ride é a prática esportiva, que tem como finalidade descer em grandes bóias redondas (pneus de tratores ou caminhões) pelo leito dos rios em níveis de corredeiras leves e moderados, podendo ser praticado por todas as pessoas de acordo com a dose de emoção desejada. O que antes era uma simples brincadeira de criança evoluiu e vem fazendo a cabeça dos apaixonados por aventura e pela natureza. É uma mistura de ação e tranqüilidade que se alternam. Para os amantes da aventura, basta uma bóia que a diversão é consequência. E uma das principais vantagens é que pode ser praticado o ano inteiro.

Descer o rio de bóia é uma atividade que dá muito prazer ao participante, por estar num rio de águas cristalinas,com corredeiras que dão ação e emoção, poder apreciar a fauna e flora existente as margens do rio.  Nos trechos mais tranquilos, dá para conversar, rir e apreciar a paisagem. Nos remansos o esforço é grande, o deslocamento da bóia se da pela remada dos braços, nas corredeiras é agarrar-se nas alças e curtir o balanço das ondas. Mini cachoeiras, pedras e arbustos em águas limpas garantem o verdadeiro prazer nesse esporte radical.  A prática do bóia cross melhora a força, o equilíbrio e a flexibilidade. Hoje, a modalidade exige também que o atleta use tênis, luvas especiais com formato de nadadeira e “canejoelheira” (equipamento que protege a canela e os joelhos).

boia-cross

Foto da Meire no Picasaweb

 Ao contrário do rafting, a performance no bóia cross depende somente de cada um. A descida do rio é feita em grupo de amigos, cada um em sua bóia. Mas, não é uma “competição” e sim uma ajuda mútua para chegarem todos juntos no final. A única competição é interna, com nossas limitações e emoções pela vida.

A primeira dica é equipar-se corretamente: com bóia, que podem variar de tamanho, mas tem que ser nova e não ter remendos, pois o sol forte pode fazer com que abram e deixem o esportista na mão;  cinto de segurança, para que a bóia fique presa a pessoa; cordin – é uma corda mais fina de mais ou menos 2 metros que vai ligar a pessoa à bóia, para que numa queda a bóia não desça rio abaixo; colete – principalmente para as pessoas não nadam com frequência, pois em alguns trechos existem alguns poços de águas profundas; e capacete para proteger a cabeça de pedras e quedas inesperadas. 

Há três modos de se descer o rio de bóia-cross: sentado na bóia, deitado de costa ou de barriga. Se você é novato no esporte, opte pela segunda posição, pois ajuda a direcionar a bóia. As quedas da bóia são inevitáveis. Braçadas e mais braçadas para fazer o deslocamento até chegar à melhor parte: as corredeiras.   A bóia é amarrada de forma a perder a formato de círculo e ganhar a forma de um oito ou melhor ainda a forma de um pequeno bote de borracha. A amarração ideal é a que não deixa circulação de água no interior da bóia. Utiliza-se para amarrar a bóia, uma fita ou corda em formato de anéis que apertam as laterais da bóia com um nó único que prensado no meio da bóia depois de cheia, faz com que fique praticamente inacessível e tenha uma melhor eficiência.

Foto do Correio de Uberlândia.

Perigos
Existem alguns trechos no rio com muitas pedras, onde o praticante tem que ficar atento para não se machucar.

Geralmente após as chuvas podem ter galhos caídos em alguns trechos do rio com pontas, que além de machucar o participante poderá furar a bóia.

O participante terá que ter cuidado com poços com águas profundas, principalmente os que não sabem nadar, para evitar esses problemas use sempre o colete salva vidas.

Em alguns trechos do rio poderemos encontrar troncos de árvores caídas, onde o praticante terá que tomar cuidado para desviar, pois a bóia poderá ser danificada.

Algumas vezes o rio poderá estar muito cheio, e deve-se tomar cuidado com as fortes correntezas.

Em trechos mais extensos, podem ocorrer a presença de cercas de arame farpado das propriedades vizinhas e o praticante deve ficar atento para que a bóia não seja furada e não se machucar.

Cuidado com a hipotermia (a diminuição da temperatura central do corpo abaixo do normal) devido ao tempo muito longo dentro d’água.

Imagem Montana Brasil

Imagem Brotas Brasil

Para não ficar na mão

  •  Não encher muito a bóia.
  • Fazer duas alças de borracha para carregar a bóia na volta.
  • Levar somente máquina fotográfica aquática.
  • Levar uma pequena mochila com alimentos energéticos.
  • Escolher sempre o caminho na água que tenha mais bolhas de ar.
  • Desviar de pedras e galhos batendo a mão.
  • Nunca descer o rio sozinho, pelo menos em três pessoas.
  • Nunca descer o rio com chuva e ou raios, perigo de morte.
Foto de Jeff.
Foto de Jeff.

A História

A modalidade nasceu no Brasil, na década de 1970, nas cavernas do Parque Estadual Turístico do Alto Ribeira (Petar), no interior de São Paulo.  De acordo com Caio Picchi, presidente da Associação Brasileira de Acqua Ride (Abar), o esporte foi criado por pesquisadores, que entravam nos rios submersos do Petar utilizando câmaras de ar amarradas para carregar os equipamentos pesados. Depois do trabalho concluído, subiam nas câmaras para descer o rio.

Aos poucos, o esporte foi criando mais adeptos e, em 1983, foi realizado o primeiro campeonato. Picchi fez parte da turma que, junto com os pesquisadores, começou a descer o Rio Betari em 1978. Desde 1984,  todos os anos no carnaval é realizado o Campeonato Brasileiro de Acqua Ride. Em 1998, o até então Clube Acqua Ride de Jundiaí, se transformou em Associação Brasileira de Acqua Ride – ABAR, que hoje assume toda a responsabilidade de levar adiante o esporte que está sendo reconhecido pela Confederação Paulista e Brasileira de Canoagem, dando ao Acqua Ride a profissionalização, reconhecimento e regulamentando as regras para o esporte.  

Alguns locais para a prática ( O Brasil tá cheio de lugares muito legais, desculpa se eu esquecer alguns):

Foto Aracatinet.

São Paulo
– Rio Atibaia – Atibaia
– Rio Itapanhaú – Bertioga
– Rio Jacaré-Pepira – Brotas
– Rios das Antas – Bueno Brandão
– Rio Barra do Turvo – Barra do Turvo
– Rio Bethari – Iporanga
– Rio Branco – Itanhanhem
– Rio Preto – Joanópolis
– Rio Juquiá – Juquitiba
– Rios Guaxinduva e Piraí – Jundiaí
– Rio Jaguari – Pedreira
– Rio Paraíso – Peruíbe
– Rio Piracicaba – Piracicaba
– Rio do Peixe – São Francisco Xavier
– Rio do Peixe – Socorro
– Rios Assungui, Verde, Turvo, Branco e Cachoeira do Chá – Tapiraí

Imagem da Brotas Brasil.

Rio de Janeiro
– Rio Mambucaba – Maromba
– Rio Preto – Visconde de Mauá

Outras Localidades
– Faxinal-PR
– Rio Nhundiaquara – Morretes-PR
– Rio Cachoeira – Antonina-PR
– Rio Paranhana – Três Coroas-RS
– Rio Marimbus-BA
– Rio Formoso – Bonito-MS
– Rio Aquidauana-MS
– Rio Bonito-GO
– Rio Jaguari – Monte Verde-MG

comentários
  1. phamela disse:

    adoro este esporte

  2. everton disse:

    desci com com uma dessas boias nas corredeiras do municipio de presidente figueiredo, localizado na cidade de manaus-amazonas, queria saber quanto custa o valor dessas boias no mercado livre.

  3. dany disse:

    muito bonito

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