O surf é o esporte radical mais praticado. A total interação com o mar, o contato com as ondas, a arte de domar a natureza fascinam os surfistas e simpatizantes. Esse é o surf, um esporte praticado pelos Deuses e Reis, que conquistou milhares de adeptos por todo o mundo, criando uma legião de fiéis e apaixonados seguidores.
A restrita bibliografia sobre o surf aponta o seu aparecimento nas Ilhas Polinésias, através dos povos que moravam lá, em virtude de sua própria cultura de subsistência, a pesca. Constantemente tinham que mergulhar no mar com seus barcos feitos artesanalmente para a pesca, e quando voltavam, deslizavam sobre as ondas para chegar mais rápido à terra firme. De acordo com Gutemberg (1989) este ritual acabou se tornando um hábito entre os nativos daquela região.
Conta-se que o rei Tahito, conhecido por Moiheka foi o primeiro polinésio surfista que chegou ao Havaii. Porém, em 1778 quando o navegador James Cook descobriu o arquipélago, ele afirmou que já existiam surfistas nas ilhas.
Cook considerou o surf uma atividade relaxante, mas diversos missionários protestantes que habitavam o local não tiveram a mesma opinião e durante todo o século 18 desestimularam a prática do esporte.
Até o início do século 20 o esporte permaneceu por baixo até conhecer o nome do “pai do Surf ” Duke Paoa Kahanamoku, que manteve o surf verdadeiramente vivo graças a sua simples e pura persistência pelo esporte dos reis.
Até então, o mundo não tinha idéia do que era o Hawaii, muito menos o surf, entretanto nas Olimpíadas de 1912, em Estocolmo, Duke Kahanamoku ganhou uma medalha de ouro na natação quebrando o recorde mundial nos 100 m estilo livre e uma de prata no revezamento 4 x 200.
Duke fez o mundo saber que ele era um surfista da praia de Waikiki, situada no arquipélago havaiano e que o surf era o ato de cavalgar as ondas do mar. Esta foi provavelmente a primeira vez que o mundo ouviu falar do Havaii e do surf.
Oito anos mais tarde, nas Olimpíadas de Antuérpia, Duke já aos 30 anos, conquistou medalhas de ouro e graças a esse feito, provou ser o nadador mais rápido do mundo. Somente nas Olimpíadas de Paris é que Duke perdeu sua colocação para um nadador bem mais jovem do que ele, chamado Johnny Weismuller. Este, anos mais tarde, tornou-se um conhecido ator de Hollywood, interpretando em vários filmes o papel de Tarzan. Duke filosoficamente comentou: “Pelo menos, foi necessário o Rei das Selvas para me vencer”.
Durante o período ativo a fama de Duke crescia às custas de suas vitórias olimpícas. Ele sabiamente tirava proveito de tal fama objetivando beneficiar as coisas que amava: o solo havaiano, seu povo e o surf.
É dito que Duke amava o surf mais do que a natação e que era o melhor surfista da época. Após sua vitória em Estocolmo ele introduziu o surf na América em 1913 e na Austrália em 1915, sendo que, graças à sua posição de campeão olímpico, seus esforços não foram em vão. Tais esforços vingaram e floresceram, formando o embasamento do que seria o surf na Era Moderna. Ele morreu em 1986, aos 94 anos, mas até hoje todos os surfistas lembram daquele que foi e sempre será lembrado como o PAI DO SURF MODERNO!
Gírias:
- 360º – Além de ser o nome deste site pra lá de radical é uma manobra em que o surfista executa uma volta completa em torno de si mesmo (com sua prancha) e continua na mesma direção.
- Abar – Quando “filam” suas coisas no surf, tipo: rango, parafina…
- Aerial 360º – Variação dificílima da manobra citada acima, onde o surfista executa a mesma durante um vôo com a prancha.
- Aloha – Saudação havaiana de boas vindas.
- Amador – Atleta que não recebe salário.
- Amarradão – Quando uma pessoa está muito feliz!
- Arrebentar – Se sair muito bem em uma determinada situação.
- Astrodeck – material feito com borracha especial, aplicado sobre a prancha, servindo assim como anti-derrapante.
- Aussie – surfista australiano.
- Back door – Parte da onda que quebra da direita para a esquerda – para quem está olhando da praia.
- Back side – É quando o surfista pega onda posicionando-se de costas para ela.
- Back Wash – Pororoca, ou seja, onda que vem ao contrário, da direção da areia.
- Batida – Manobra em que o surfista acerta a crista da onda com a parte de baixo da prancha.
- Beach Break – Praia com fundo de areia.
- Big rider – Surfista que é bom e gosta de pegar ondas grandes.
- Bóia – é o cara que fica parado dentro da água e a galera passa por ele e pega as ondas, serve de bóia…
- Boia (2) – Ponto flutuante colocado em competições no outside da arrebentação, pelo qual o surfista competidor deve efetuar uma passagem para ganhar a prioridade de pegar uma onda.
- Bolha – área da prancha que se encontra danificada, podendo estar ou não com água. A princípio a área fica fofa.
- Bottom (Fundo) – Parte do fundo da prancha (onde ficam as quilhas).
- Bottom Turn (Cavada) – Manobra onde o surfista faz uma curva na base da onda em direção do lip (crista da onda).
- Brother – Expressão usada no cumprimento de surfistas ou amigos próximos. (Fala, Brother!)
- Cabrerão – Medroso, froucho, bundão.
- Cabuloso – Doideira, esquisito, estranho.
- Caldo – Quando o surfista cai da prancha.
- Camisinha – Capa de prancha de tecido elástico que ao ser colocada na prancha se assemelha a um preservativo.
- Casca grossa – Surfista muito bom em determinadas características / situação difícil.
- Cavada – Mesmo que bottom turn.
- Colocar Pilha (Pilhar) – Incentivar fazendo pressão / Aborrecer.
- Copinho – local da prancha onde se coloca a cordinha, leash ou strep.
- Crowd – Muita gente surfando numa mesma área.
- Cut back – Manobra em que o surfista volta na direção contrária da onda e depois retorna na direção normal, formando um ’s’.
- Deck – Parte de cima da prancha (onde o surfista pisa).
- Do Surf – Que faz parte da tribo do surf/ Massa, Doidera, Legal.
- Drop – Significa descer a onda da crista até a base.
- Elevador – Passar por uma onda grande, subindo pela frente e descendo por trás.
- Evolution – prancha com mais espessura e largura, facilitando o drop e cavada. Geralmente vão de 7′até 8′6″ e com bico arredondado.
- Expression Session – Campeonato onde todos os surfistas entram na água e o vencedor é aquele que realiza a melhor manobra entre os competidores.
- Flat – Mar liso, sem ondas.
- Floater – Manobra em que o surfista flutua, quase sem contato, com a crista da onda, quando ela já está quebrando.
- Free surfer – Surfista que não entra em campeonatos regularmente. Surfa por puro prazer e de preferência, longe do crowd.
- Front side – é quando o surfista pega onda posicionando-se de frente para ela.
- Fundo (Bottom) – Parte do fundo da prancha (onde ficam as quilhas).
- Glass – Liso, água limpa e transparente, dia de ondas perfeitas, sem nenhum vento.
- Grab rail – Manobra que o surfista coloca a mão na borda da prancha para pegar um tubo de back side.
- Grommett – Surfista novo que tem entre 10 a 12 anos de idade.
- Goofy – Surfista que pisa com o pé direito na frente (base Goofy).
- Gun – Prancha grande, para ondas grandes.
- Haole – Expressão havaiana para surfista de fora do Hawaii/ surfista que não é do local onde está surfando.
- Hot dog – Prancha pequena, para ondas pequenas. Um surf hot dog é surfado em ondas pequenas e bem manobráveis.
- Inside – Qualquer lugar dentro da arrebentação, ou seja, a própria arrebentação.
- Ir Trabalhar – Ir surfar bem cedinho.
- ISA – International Surfing Association.
- Jaca – O cara que fica horas para pegar uma onda e quando consegue leva um caldo.
- Jojolão – Vacilão, cabaço, prego.
- Juaca – Aquele que é bom em pegar tubos.
- Kaô – Papo furado (mó kaô= maior papo furado).
- Larica – Qualquer tipo de comida de preparo instantâneo ou pronta que mate sua fome após o surf ou outras atividades.
- Leash – Corda utilizada para prender a prancha ao pé do surfista.
- Leque – Manobra na qual o surfista sobe ao lip da onda e quando puxa a prancha com toda força faz com que a mesma destrua o lip jogando água fazendo a forma de um leque.
- Lip – Crista da onda.
- Line Up – Alinhamento dos surfistas no outside (linha de formação das ondas).
- Localismo – Espécie de rincha entre os surfistas, responsável por muitas brigas e confusões dentro da água, nas disputas pelas ondas. Os surfistas locais (moradores) pensam que têm mais direito ao oceano.
- Long John – Roupa de borracha para proteger do frio (modelo para o corpo inteiro).
- Mar Gordo – Quando o mar está com onda largas, que são difíceis de pegar quando se está muito perto do início da mesma.
- Maral – Vento que sopra do mar em direção a areia, geralmente aumenta o mar.
- Marola – Parte mais rasa do mar e com ondas menores.
- Maroleiro – Surfista que gosta de ondas pequenas.
- Merreca – Onda “péssima”; sem condições de fazer um belo Surf.
- Merrequeiro – Surfista que só pega ondas pequenas.
- Me Quebrei – Me dei mal.
- Mormaço – Quando está cheio de surfista na área e você tenta pegar a onda na sua e os caras ficam te enchendo, pegando as ondas e vindo para cima de você.
- Morra – onda grande e gigante.
- Noronha – Local onde não existem direitas nem esquerdas perfeitas. Local de ondas baixas.
- Off Shore – Vento lateral da terra para o mar. Este vento normalmente é quente e alisa as ondas.
- On Shore – Mesma coisa que MARAL, ou seja, vento que sopra do mar para terra.
- Outline – Esboço de uma prancha. É o desenho, a “linha de fora”, o contorno que o shaper utiliza para começar a criar.
- Outside – Qualquer local para fora da arrebentação.
- Pala – Dar Bandeira é dar uma pala.
- Pangas do Pântano – é aquele que mora na praia (caiçara), tem tudo para fazer o esporte (surfar) e tem medo do mar.
- Paraíba – Banhista que lota a praia. Atrapalha a sua manobra no inside.
- Pico – Mesmo que Point, local bom para ser freqüentado / Parte mais alta de uma onda.
- Pipocar – amarelar, ficar com medo de um mar grande ou similar.
- Point – Qualquer local ou lugar que as pessoas considerem interessante.
- Point Break – Praia com fundo de pedra.
- Pororoca – Quando as ondas vão até o raso e voltam, se chocando com as ondas que ainda estão indo, o que atrapalha o surfista quando está descendo. Também conhecido como Back Wash.
- Prego – Surfista que não sabe pegar onda muito bem.
- Pro – Surfista profissional, competidor e que ganha dinheiro com o esporte.
- Queixão – Rabeador: Surfista que dropa no rabo da onda de outro.
- Quebra-coco – Onda oca e rápida que se forma depois da onda principal estourando bem próximo da praia.
- Quilha – dá segurança a prancha, direcionando-a na onda e proporcionando manobras.
- Quiver – prancha.
- Rabear – É quando um surfista entra na frente da onda de um outro surfista que já está dropando a mesma e acaba por quebrar o lip.
- Raberar – O mesmo que rabear.
- Rabuda – Roubar uma onda.
- Ramado – Do lugar.
- Rango – Comida.
- Reef Break – Praia com fundo de coral.
- Regular – Surfista que pisa como pé esquerdo na frente (base Regular).
- Rip – Estar no Rip é estar em forma.
- Secret Point – Local secreto.
- Sessão – Parte de uma onda. Cada sessão propicia manobras diferentes.
- Série – Sequência de ondas.
- Show – Uma coisa boa. “O mar estava show.”
- Strap – O mesmo que leash ou cordinha.
- Stryle – Alucinante, parecido com show.
- Sufrista – Não sabe surfar, mas se acha o melhor na água, fica falando demais e surfando nada.
- Swell – Ondulação.
- Tá Show – Está muito bom.
- Tá Gringo – Quando o mar está excelente.
- Tail Slide – Manobra em que o surfista derrapa a rabeta da prancha. Pode ser conjugada com outras manobras.
- Terral – Mesma coisa que Off Shore.
- Tocossauro – Prancha velha, amarelada, pesada, escabufada.
- Tube Rider – Surfista quem é bom em tubos.
- Tubo – Manobra em que o surfista fica dentro da onda.
- Traction – Borracha anti-derrapante colada no deck da prancha.
- Trip – Viagem de surf, geralmente para um lugar com altas ondas.
- Vaca – Tombo; Queda; Wipe Out.
- Varrer – Quando uma onda grande, ou série de ondas grandes pega todos desprevenidos no inside.
- Wipe Out – Mesmo que Vaca; ou seja, tombo, queda.